sábado, 6 de agosto de 2011

A Week in Compostela III

Jazzin.
  Voltando ao festival. Cabe dizer que ele era bem caracterizado por dois grupos, um dos mais velhos e um dos ninõs. No começo, por ter conhecido as meninas primeiro, fiquei mais com os guris, mas depois vi que fazia mais sentido eu andar com a galera da minha idade. Foi aí onde conheci grandes pessoas, com muito mais experiência e conversa equivalente à minha geração. Dessas pessoas destaco Javi, um grande contrabaixista e desde já amigo. Super gente fina, sempre atento, brother total. Ele foi um dos primeiros a se esforçar a entender meu portunhol e a conversar normalmente comigo. Havia Amaya, uma basca muito engraçada – apesar de eu não entender muito ela falando a gente ria bastante –, que se tornou imediatamente uma companheira de tapas junto com Primo! Este um niño de 18 anos mas com cabeça de 28, que andava mais com a gente do que com os guris. O nome dele é Pablo. Outros amigos logo nos primeiros dias foram Sarah e Will, um casal formado por uma ex-cellista – ela teve aulas com Streicher! – e um luthier de pianos. Tinha ainda Martina, que se brincar vai ser uma das maiores baixistas do mundo – fiquei de queixo caído quando ela tocou, parecia filha de Catalin – e Beatriz e Cris, baixista que não estava participando efetivamente do festival mas que estava sempre por perto e conhecia altos bares massa, ela era nossa guia. Enfim, essas foram as pessoas com quem mais fez sentido ter uns tapas e coisas do tipo. Toda noite saíamos geralmente pro Cesto, um barzinho do lado da escola (onde almoçávamos também) e tomávamos umas cañas e uns tapas, depois sempre íamos para outro lugar comer. Ah! Foi aí que entendi o que é tapa e os hábitos alimentares espanhóis! Toda vez que você pede alguma bebida por aqui eles sempre colocam algo pra beliscar, e você não paga! É como petisco de “graça”, está incluso no preço da bebida. Descobri depois que é uma forma bem interessante de se alimentar também. Depois dos tapas geralmente se vai pra outro lugar pra comer de verdade. Pois foi isso, em Santiago me liguei total nos costumes hispânicos. Pela primeira vez entendi completamente a siesta e passei a praticá-la – algo que realmente faz sentido já que aqui se acorda um pouco mais tarde no verão e só se almoça umas 14h30, daí depois vem a siesta e se volta pros afazeres umas 16h30/17h. Daí é ir até umas 21h estudando ou trabalhando, até porque quando se sai pra rua essa hora ainda está totalmente claro, e eles sempre falam: “vamos nos encontrar de noite?”, isso quer dizer 22h. Enfim, em Santiago me senti mais espanhol.

Javi.
Yo e primo.
Amaya e Beatriz.
Will e Sara.
  Bom, acho que tá bom, em Paris tava mais empolgado em escrever, por isso tantos posts. E Paris é Paris.  A partir de agora vai ser assim mesmo. PST!

PS. Ah! Faltou dizer uma coisa que aconteceu em Santiago, talvez seja a mais importante de toda a viagem, inclusive. Foi lá que eu recebi a notícia definitiva que consegui o mestrado em Londres! Eu cheguei lá esperando o resultado do TOEFL que fiz em Paris e deu tudo certo, consegui a pontuação que eles pediram! Pois é isso, ao invés de ir pra Utrecht, onde teria que pagar ainda algumas cadeiras da graduação, vou pra Londres entrar direto no mestrado, e acho que numa escola até melhor: vou fazer o Mestrado em Composição no Royal College of Music! Bom, o nome é pomposo e a outra vantagem é morar em Londres, uma capital do mundo onde tudo acontece. Vai ser simplesmente aquela experiência de mudança total de vida! Enfim, esse papo fica pra outro blog, ou não.

Martina.

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