segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Itália com Painho e Mainha III


  Voltando à viagem: no outro dia acordamos e fomos para a cidade que era do lado do hotel que ficava na estrada. Lembrei o nome da cidade! Castelfranco. Ela, como outras que citei, também não tem tantos atrativos. A parte murada mesmo a pessoa vê em 10 minutos, é bem pequena. Ah! Acho que lembrei agora que a gente chegou esse dia nessa cidade, daí fomos pro hotel e descansamos e saímos basicamente de tarde/noite pra dar um role básico e comer. Fomos num restaurante no pé da muralha e foi massa. Fora isso, nada muito especial, só bons momentos com os papais – tenho que dizer isso pra depois eles não reclamarem comigo porque tô falando direto que essas cidades não têm muita coisa. Bom, deixa eu tentar explicar. Acho massa fazer viagem pelo interior (da Europa também) mas sinto que esse não é momento da minha vida em que isso é o ideal. Agora é a hora de conhecer cidade grande e lugares loucos e estranhos, por isso penso em numa futura oportunidade ir do Leste Europeu pra lá, nesses lugares que você é um alienígena. Acho isso massa, essa sensação de estranheza e não entendimento do que está acontecendo. Espero conseguir ir pra Istambul ano que vem, uma cidade que une tanto a coisa de metrópole quanto da doidera. Enfim, essa parte da viagem que fiz com painho e mainha foi massa, claro, mas é algo que espero fazer de novo quando tiver filhos com uns 10, 11 anos, por exemplo. Por sinal, nesses lugares é só o que você vê: famílias e pessoas mais velhas, gente da minha geração tende a zero.

Treviso.
  Seguindo a viagem, fomos pra Treviso no dia seguinte. Uma cidade um pouco maior e mais simpática. Mais uma vez vimos vários estudantes se formando e o mesmo tipo de festa que teve em Pádua. Lá também é uma cidade meio universitária e um tanto rica, rola altas casas classe média autorizada. Lá tem um rio massa e foi onde decidimos ir pro lugar do interior que achei o melhor de todos: Asolo! Ela é uma cidade tipo uma hora de onde estávamos e é bem no alto, tem até castelo da época medieval que lembra coisa de Senhor dos Anéis – esse tipo de coisa é essencial pra eu gostar de um lugar velho. A cid­ade é bem simpática, minúscula e acolhedora. Aproveitamos pra resolver mais coisas do meu mestrado. Por menor que fosse a cidade lá tinha Internet de graça na praça, coisas de primeiro mundo que nessa horas ajudam bastante - claro que tudo isso foi regado a uma degustação do vinho da casa de um boteco lá! No outro dia mais uma cidade que esqueci o nome e o básico que não vou repetir. Abaixo tem umas fotos desse lugar que tem uma pontezinha massa e acho que só isso mesmo. Ah! Nesse lugar foi engraçado porque a gente se perdeu feio... Lembrei o nome! Não sei o que da Grapa! Rapaz, tomei uma grapa lá no almoço que parecia aquela cachaça Rainha da Paraíba, álcool puro! Pra quem não sabe, grapa é tipo um destilado da uva, a cana de vinho. Acho que depois disso, e de passar quase uma hora procurando o carro, voltamos pro hotel pra dormir porque estávamos um tanto cansados de tanto ficar pra cima e pra baixo. O dia terminou com um jantar perfeito no jardim do restaurante do hotel e mais um episódio de The Wire, a série que tô vendo aqui e que recomendo a todos.

A melhor coisa da Itália.
Asolo.
Grapa.
   No outro dia partimos para Innsbruck, na Áustria. Aí o bicho começou a pegar no quesito frio. Como a cidade fica no alto, no meio das montanhas, o clima é dos piores (ou melhores pra quem gosta de esquiar etc). No mais, a cidade é realmente muito bonita, parece tirada de um filme, todas aquelas montanhas circundando o centro e a neve e nuvens no topo delas. A melhor coisa de lá, na minha opinião, é a cerveja alemã! Como é numa região da Áustria que parece que foi dominada pelos alemães, lá a cultura germânica é muito forte (na comida também). Rapaz, pense em cada cerveja uma melhor que a outra, é demais! (Mal sabia eu que na República Tcheca encontraria melhores e muito mais baratas, mas isso é papo pro próximo texto). Ah! Outra coisa que tava rolando direto lá era Música! Tinha um festival de Bandas Sinfônicas de nível razoável, não acho que era de músicos profissionais, mas que deu pro gasto. Teve um dia que teve uns cantores italianos que foi massa de verdade. Tava rolando também um festival de jazz que era mais pra blues e que esse sim era de alto nível. Tinha uns negros americanos de Nova Orleans bem profissa e engraçados, achei de primeira o som e pode-se considerar que não era som pra turista ver. Acho que foi isso, depois de Insbruck me separei de painho e mainha e rumei pra República Tcheca, onde passei praticamente duas semanas participando de um festival de música de câmara e orquestral, como já falei anteriormente. Foi massa mas não foi que nem Santiago, que agora que tô no avião voltando pra casa concluo que foi a melhor a perte da viagem com cerveja! 

Innsbruck.
Banda.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Itália com Painho e Mainha II

  
  No outro dia começamos nossa peregrinação pelas cidadezinhas do interior da Itália. Painho e mainha já estavam com um carro alugado, daí pegamos a estrada e fomos para Saint Geminiano. Bom, não tem muito o que dizer sobre ela, é uma daquelas cidadezinhas medievais, cheia de turista e com um poço do século X, parece. Massa ver algo tão conservado, parece que a cidade é patrimônio da humanidade, porém com um cuidado bem diferente do que se é dado pra Olinda, por exemplo. De tarde fomos pra Ferrara, onde a gente dormiu. Depois de se perder na estrada conseguimos chegar no hotel, com a ajuda do dono super gente boa que foi buscar a gente num girador lá. Fica aí a conclusão: se você quer viajar de carro e se garantir nos mapas, se garanta! Muitas vezes as placas são em línguas que você não entende e por mais que as coisas sejam bem sinalizadas, você acaba se perdendo alguma hora. Se você quer viajar tranquilo, arrume um carro com GPS ou leve um Iphone ou algo do tipo. Bom, também não foi o fim do mundo e a gente se divertiu bastante, às vezes dando voltas de mais de uma hora e parando no mesmo lugar de onde tínhamos saído! Ferrara é mais uma cidade medieval com castelo etc. Chegamos lá um pouco tarde, vimos só o básico (até porque não tinha tanta coisa pra ver) e fomos comer. Essa foi a melhor parte da viagem até então! Paramos num lugar meio boteco meio restaurante e que logo na chegada vimos que não era pra brincadeira. Perguntei pro cara se lá tinha birra e ele: “Não, aqui só servimos vinho!”. Daí pedimos o da casa e rapaz, pense numa surpresa, que vinho bom danado! Até painho, que sabe um pouco sobre essas coisas, ficou impressionado. O negócio é a uva lá, que esqueci o nome, bem típica da região. O rango foi dez total, era uma cozinha bem simples e típica. Comi um ravioli ao ragú que minha nossa senhora! Bom, nem precisa dizer que dormimos felizes da vida nesse dia!

Rango dez.
  No outro dia fomos pra Pádua. Lá rola um turismo religioso porque é onde tá enterrado Santo Antônio, por exemplo, daí você vê fiéis de todo mundo andando por lá. Tem várias outras igrejas também. Bom, pra variar, ficamos andando pela cidade e o centro antigo, que é bem antigo mesmo, com um mercado, castelo e não sei o quê lá e pronto. Ah! Lá tem uma faculdade famosa também, que Galileu deu aula. Infelizmente nesse dia não estava aberta pra visitas, acho que porque tava rolando umas festas de formatura. Era bem engraçado, parecia os trotes que rolam no Brasil, não os violentos, claro. A turma se fantasiava, ficava bebendo na rua e os amigos dando banho de vinho ou de ovo. Do lado ficava a família, toda arrumada, pra depois irem pros bares e restaurantes. E o tempo todo eles cantavam: “Dotore, dotore...” e outras coisas que não dava pra entender. Depois comemos e fomos dormir. Nesse dia já estávamos num hotel perto da estrada pra poder cada dia ir pra um lugar diferente. Esse hotel era massa e o restaurante melhor ainda! Na verdade, não sei a gente tava nesse hotel nesse dia ou se foi só no outro dia que fomos pra lá, inclusive esqueci o nome da cidade que é perto desse hotel também, enfim, tô com preguiça de tentar lembrar agora e já faz um tempo que rolou essa parte da viagem – estou agora num avião indo pra Lisboa pra depois de amanhã voltar pra casa, viajar é massa mas cansa e agora só penso em minha cama e no feijão de Irene.

Pádua.
"Dotore, dotore..."

sábado, 13 de agosto de 2011

Itália com Painho e Mainha I

Mainha e painho.
  Pois pronto, eis que chegou o dia 17 de Julho, o dia em que encontrei Painho e Mainha – era pra ter sido um dia antes mas teve aquela história de eu perder o vôo em Santiago, daí dormi um dia em Madrid, na casa de Mara. Foi bom porque vi um jogo do Sport, fazia tempo! Foi ruim porque o Sport perdeu pro Bragantino, mas já estamos nos recuperando, PST! Bom, painho e mainha já tinham essa viagem planejada há tempos, daí coincidiu com a minha e também valeu o fato deles estarem viajando pela Itália, Áustria e Alemanha, justamente mais que meio caminho para a República Tcheca, pra onde estou indo agora de trem e onde vou participar do festival de música de câmara e orquestral. Além de ser um momento de total relax com os papais – e também de economia – foi uma semana bem importante porque junto com eles eu comecei a organizar a minha ida pra Londres: as burocracias pra conseguir visto, resolver coisas da matrícula, alojamento etc. No mais, rolou aquela turismo básico por cidades medievais e velhas e infinitas igrejas, prédios antigos e restaurantes bons! Como acho que falei antes, a primeira parada foi Florença.

Estátuas em Florença.
  Lá foi jogo rápido, um dia só. Cheguei no hotel e descobri logo o quarto em que eles estavam pelo pigarro de painho que deu pra ouvir do corredor. Daí saímos e fomos para alguns pontos básicos da cidade: a igreja, onde tem a fonte lá e as portas do céu e não sei de onde; a ponte velha, que parece que saiu daquele filme “Perfume” porque tem umas casas em cima dela; e outros lugares que agora tô esquecido. Agora, meu irmão, pense num lugar totalmente infestado de turista, chega dava agonia! Bom, como também éramos turistas, nós três também estávamos infestando, enfim... Ah! Claro que antes de turistar derrubamos aquela massa especial –  pô, é fogo mesmo, comer na Itália é incrível, só perde pro Brasil. Por falar em Brasil, nesse dia vi Brasil e Paraguai num pub, pela Copa América. A gente tava no hotel achando que ia passar na TV mas quando chegou a hora, nada. Daí saí sozinho feito um louco pelas ruas (sorte que o hotel era bem central) procurando pelo jogo. Quando tava já desistindo e perdido, eis que encontro um lugar! Pô, esse jogo foi bizarro. Nunca vi o Brasil dominar tanto e não fazer um gol. Primeiro houve incompetência nas finalizações, e segundo não tem como não dar mérito ao goleiro paraguaio, que fez mil milagres. Sobre os pênaltis, prefiro nem comentar, foi uma vergonha. Depois disso foi ir de cabeça inchada pro hotel dormir.

Ponte louca.
Fora Mano Menezes!

sábado, 6 de agosto de 2011

A Week in Compostela III

Jazzin.
  Voltando ao festival. Cabe dizer que ele era bem caracterizado por dois grupos, um dos mais velhos e um dos ninõs. No começo, por ter conhecido as meninas primeiro, fiquei mais com os guris, mas depois vi que fazia mais sentido eu andar com a galera da minha idade. Foi aí onde conheci grandes pessoas, com muito mais experiência e conversa equivalente à minha geração. Dessas pessoas destaco Javi, um grande contrabaixista e desde já amigo. Super gente fina, sempre atento, brother total. Ele foi um dos primeiros a se esforçar a entender meu portunhol e a conversar normalmente comigo. Havia Amaya, uma basca muito engraçada – apesar de eu não entender muito ela falando a gente ria bastante –, que se tornou imediatamente uma companheira de tapas junto com Primo! Este um niño de 18 anos mas com cabeça de 28, que andava mais com a gente do que com os guris. O nome dele é Pablo. Outros amigos logo nos primeiros dias foram Sarah e Will, um casal formado por uma ex-cellista – ela teve aulas com Streicher! – e um luthier de pianos. Tinha ainda Martina, que se brincar vai ser uma das maiores baixistas do mundo – fiquei de queixo caído quando ela tocou, parecia filha de Catalin – e Beatriz e Cris, baixista que não estava participando efetivamente do festival mas que estava sempre por perto e conhecia altos bares massa, ela era nossa guia. Enfim, essas foram as pessoas com quem mais fez sentido ter uns tapas e coisas do tipo. Toda noite saíamos geralmente pro Cesto, um barzinho do lado da escola (onde almoçávamos também) e tomávamos umas cañas e uns tapas, depois sempre íamos para outro lugar comer. Ah! Foi aí que entendi o que é tapa e os hábitos alimentares espanhóis! Toda vez que você pede alguma bebida por aqui eles sempre colocam algo pra beliscar, e você não paga! É como petisco de “graça”, está incluso no preço da bebida. Descobri depois que é uma forma bem interessante de se alimentar também. Depois dos tapas geralmente se vai pra outro lugar pra comer de verdade. Pois foi isso, em Santiago me liguei total nos costumes hispânicos. Pela primeira vez entendi completamente a siesta e passei a praticá-la – algo que realmente faz sentido já que aqui se acorda um pouco mais tarde no verão e só se almoça umas 14h30, daí depois vem a siesta e se volta pros afazeres umas 16h30/17h. Daí é ir até umas 21h estudando ou trabalhando, até porque quando se sai pra rua essa hora ainda está totalmente claro, e eles sempre falam: “vamos nos encontrar de noite?”, isso quer dizer 22h. Enfim, em Santiago me senti mais espanhol.

Javi.
Yo e primo.
Amaya e Beatriz.
Will e Sara.
  Bom, acho que tá bom, em Paris tava mais empolgado em escrever, por isso tantos posts. E Paris é Paris.  A partir de agora vai ser assim mesmo. PST!

PS. Ah! Faltou dizer uma coisa que aconteceu em Santiago, talvez seja a mais importante de toda a viagem, inclusive. Foi lá que eu recebi a notícia definitiva que consegui o mestrado em Londres! Eu cheguei lá esperando o resultado do TOEFL que fiz em Paris e deu tudo certo, consegui a pontuação que eles pediram! Pois é isso, ao invés de ir pra Utrecht, onde teria que pagar ainda algumas cadeiras da graduação, vou pra Londres entrar direto no mestrado, e acho que numa escola até melhor: vou fazer o Mestrado em Composição no Royal College of Music! Bom, o nome é pomposo e a outra vantagem é morar em Londres, uma capital do mundo onde tudo acontece. Vai ser simplesmente aquela experiência de mudança total de vida! Enfim, esse papo fica pra outro blog, ou não.

Martina.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

(...)

  Vou abrir um parênteses aqui pra falar um pouco dos aeroportos, já que estou ficando especialista por aqui. Como as viagens que faço são para lugares um tanto distantes um do outro, como coisa de 8/10h de trem, tenho viajado muito de avião. Até porque trem não é tão barato assim, com passagens muitas vezes custando mais de 100 euros – como o que eu peguei da Holanda pra Paris –, ou seja, praticamente a mesma coisa de avião. Enfim, então, aqui tem umas companhias que se autodenominam “low cost”, como Ryanir e Easy Jet, e elas realmente têm passagens baratas, só na teoria. Por exemplo, viajei muitas vezes pela Ryanair comprando passagens a 40, 50 euros, mas que no final se torna mais de 100 euros, já que eles sempre têm algum motivo para lhe cobrar mais: excesso de peso da bagagem a despachar, dimensão da bagagem de mão e coisas do tipo. No final das contas, acho mais vantajoso viajar por companhias mais tradicionais mesmo. Aqui na Espanha um exemplo é a Iberia, que inclusive foi a companhia que vim de Recife pra cá. Os preços são ok e não tem tanta frescura pra fazer check in. Ah! Tive outro tipo de problema aqui em Madrid, e acho que isso vale pra todos os aeroportos gigantes – outro parênteses/travessão/dois pontos agora: sempre aproveito pra escrever esses posts nos aeroportos, quando o avião tá voando ou nos poucos trens que peguei, uma forma massa de matar o tempo e o tédio que é esperar avião e essas coisas! Por isso sempre falo de Barcelona quando o texto é sobre Paris, ou do aeroporto de Madrid onde estou agora, indo pra Florença, quando o texto é sobre Santiago de Compostela, enfim, acho que deu pra entender! Voltando: como a Iberia é tipo a TAM ou a Gol daqui, eles tem infinitos guichês, cada um com vôos pra determinada região da Espanha e da Europa, ou seja, é sempre bom conferir nas telas onde você vai despachar bagagem! Não é em qualquer guichê. Outra coisa, nas bagagens de mão, se você for colocar algo líquido como perfumes ou sei lá, tem sempre que colocar numa sacolinha, pelo menos em Madrid, em outros lugares não vi isso. Como na minha bagagem de mão só tem coisas do notebook e livro é mais relax, mas ao mesmo tempo tenho sempre que tirar cinto e tudo e colocar nas bandejas lá – às vezes vejo gente tirando até sapato! – pra passar naqueles raios-x. Ah! Tenho quase sempre que explicar o que é um arco de contrabaixo também, acho que a turma pensa que é algum tipo de arma com flecha. Resumindo, é um saco mesmo essas coisas de aeroporto mas sempre dá certo – menos ontem que perdi o avião em Santiago e tive que dormir em Madrid pra ir só hoje pra Florença! Bom, “valle”! Como dizem direto por aqui... Outra outra coisa: sempre é bom conferir o terminal, a porta de embarque, o código de reserva, o número do e-ticket, seu nome, o número do passaporte, tudo! Sempre esteja com isso em mãos pra evitar chatices de ter que enfrentar filas pra perguntar porque algo está errado quando o problema é você que não tem todas as informações. Muitas vezes vim pros aeroportos naquela preguiça típica brasileira, de achar que vou chegar com o passaporte e vai dar tudo certo e pronto, me lasco, tenho que correr atrás de um bando de chatice, desde desenrolar cartões de embarques até pegar um ônibus pra ir pro terminal correto – pois é, aqui em Madrid você passa por duas estações de metrô de quase 10min pra chegar no outro terminal! Tá bom de papo chato sobre aeroporto, mas é um saco essas coisas e se eu ajudar alguém com o que eu falei já valeu. Espero comer um parmê com painho e mainha hoje pra ficar feliz de novo! 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Week in Compostela II

Ernst, "Reinhard" e Damian dando um recital.
  No outro dia começou oficialmente o festival. Foi quando chegaram os outros alunos e começamos com as aulas e infinitos ensaios. O festival foi organizado de forma perfeita. Aulas solo, para trabalhar a peça que cada um apresentou no final; aulas de repertório orquestral, com foco em partes que caem em concursos e coisas do tipo; aulas de música de câmara, onde trabalhamos peças para quinteto de contrabaixos; e aulas de harmonia e improvisação jazzística. Cada aula desta era dada por um dos professores, cada um melhor que ou outro. E, bom, essa era nossa rotina: muito estudo nos tempos livres e aulas quase que diárias. Ah! A outra parte boa era que quase toda noite havia algum recital dos professores ou de grupos dos professores, não preciso dizer que tudo de alto nível. Tinha desde música erudita ao jazz e música contemporânea. Uma coisa que achei massa, inclusive, foi o foco em jazz que o festival tinha, falava-se muito de improvisação e liberdade, acho que de propósito, já que a maioria da galera é bem clássica e não tem contato com o popular, daí ficam meio travados inclusive pra tocar concertos, sonatas etc. Havia muita música de um compositor local, Simon García, super gente fina e que escreve muito para contrabaixo. Seus temas remetem ao jazz, tango e coisas assim, e ele também é um grande contrabaixista! Afinal, todos são, incrível isso, não tem ninguém mais ou menos! Você acaba gostando mais de um tocando do que outro por gosto, mas tecnicamente são todos quase perfeitos, perfeito mesmo só o austríaco. Gostei muito das aulas de repertório orquestral, até porque na minha visão esse é o mundo do contrabaixo. Todo mundo foca em solos e coisas do tipo, mas pra mim contrabaixo é contrabaixo na orquestra. O professor se chama Damian e ele é muito bom: noções bem interessantes e práticas pros trechos clássicos de Beethoven e Mozart que trabalhamos. É isso mesmo, galera, no mundo todo acho que é igual: quinta de Beethoven e Recitativo da nona, 40 de Mozart e por aí vai. Pra mim foi tranquilo porque já tinha lido essas partes, já as chicas tinham alguns problemas por estarem algumas vendo pela primeira vez, mas saiu tudo bem. Ah! Meu quinteto claro que foi com as gatinhas, acho que os professores me colocaram lá de propósito, todo dia perguntavam: “E aí? Tá gostando do quinteto?”. Bom, claro que pra mim foi perfeito e no final deu tudo certo, claro. Os outros professores eram Roberto, de música de câmara, super gente boa e atencioso (como um tiozão da galera); Afonso de jazz, de quem fiquei até certo ponto amigo (até porque ele fala português e também porque compartilhamos de muitas opiniões em comum relativas ao jazz e música em geral); e Carlos, o organizador do festival, que me dava as aulas de solo. Havia também dois pianistas que nos acompanhavam nos solos e que, pra variar, eram gente fina total. Isso me faz puxar um pouco a sardinha pra minha classe, a de contrabaixistas. Incrível como eu acho que em todo mundo é igual, não há competição, disputa de egos. Assim, deve haver, claro, mas a tendência sempre é pra irmandade e solidariedade. Os professores sempre colocando os alunos pra cima e os alunos se ajudando entre si, uma verdadeira família que pelo que vejo deve ser universal! 

Sonia, Yo, Raquel e Arantxa.
Afonso, Damian, Ernst, "Reinhard", Luís, Roberto e Carlos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A Week in Compostela I

Férias?!
  Bom, posso dizer com certeza que foi uma das semanas mais mais da minha vida – eu acho! Tirando o fato que tive que estudar contrabaixo feito um condenado, até porque no final do Festival Streicher haveria recitais etc, conheci um grupo de pessoas que praticamente viraram família de um dia pro outro! Durante esse post vou apresentando algumas das figuras com as quais espero manter contato “hasta la muerte”. Já estou até com saudades das tapas e conversas que varavam as noites! Do contrabaixo, um pouquinho de saudade, até porque daqui a uma semana volto a vê-lo no outro festival que participarei, desta feita um de orquestra e música de câmara na República Tcheca.

  Então, fui pra Santiago de Compostela porque me inscrevino IX Festival Streicher de Contrabajo. Streicher é tipo um grande monstro do instrumento, que escreveu vários métodos e coisas do tipo. Ele morou um tempo na Espanha. Pelo que entendi, todos os professores do festival foram alunos dele na Áustria, e alguns alunos, os mais velhos, tiveram aulas quando ele morou em Madrid. Nos primeiros dias tivemos master-classes com um monstro austríaco atual, Ernst "Weisentenoch", acho que ele é o primeiro baixo da orquestra de Viena. Meu irmão, o cara é incrível! Primeiro, super gente boa, ouvia tanto os iniciantes como os avançados da mesma forma, sempre com olhar positivo e dicas mágicas. Tocando era um negócio de outro planeta - a única crítica que posso fazer é sobre a frieza germânica que ele tem, ele toca meio como um robô, mas isso é cultural e o que importa é que as notas saíam perfeitas. Ernst veio com um amigo pianista e compositor, "Reinrad Shuchss" (é impossível decorar esses nomes e tô com preguiça de procurar no google), que foi a primeira pessoa que conheci no festival. Foi até engraçado porque virei intérprete dele até arrumarem um alemão! A turma em Santiago é bem provinciana e grande parte não fala inglês, daí quando chegou Carlos, o organizadordo festival, fiquei traduzindo um austríaco que mal falava inglês pra um galego que mal compreendia meu portunhol, foi engraçado e deu tudo certo. Logo depois, uma grande surpresa: eis que abrem a porta do auditório e entram três gatinhas, duas de 19 e uma de 22 ou era 23 anos. Três contrabaixistas! Fui logo fazendo aquela amizade básica, claro, e descobri que na Espanha grande parte dos baixistas são mulheres, muito diferente do Brasil, onde a macharia impera nos graves. Arantxa, Sonia e Elena, minhas primeiras amigas do festival. Nesse dia demos um rolé na cidade, já que a escola ia fechar e não podíamos estudar. Foi o único momento que tivemos pra turistas, daí fomos na catedral, que parece coisa de Senhor dos Anéis, e vimos aquela coisa lá queos peregrinos abraçam. Depois demos umas volta e paramos numa pracinha básica. Rolaram as primeiras Estrellas Galícia do festival e depois fomos descansar porque a jornada seria longa.   
 
Sonia, Arantxa e Elena.
Minas Tirith.
Santiago.

sábado, 23 de julho de 2011

Barcelona IV

   
  Eis que aí chegou meu último em Barcelona. Assim, eu não sabia muito bem que era o último dia, mas foi. Confundi o dia da passagem pra Santiago, achava que ia só na quarta, mas era na terça. Bom, ainda bem que descobri há tempo! Voltando à Barcelona, tirei esse dia pra lavar roupa e ir na parte antiga da cidade, onde tem ruínas inclusive romanas. Antes, uma passadinha num mercado onde tinha frutas de todo tipo e sucos também. Tomei um de maracujá que estava longe de ser o que estamos acostumados, mas valeu . Esse mercado é na Las Ramblas e assim que saí dei de cara com uma loja de música, com partituras e livros mil. Bom, passei quase uma hora, eu acho, babando por lá e comprei umas coisas pra contrabaixo e um livro – isso porque me conti bastante! Depois dei mais alguns rolés pela catedral, prédios velhos e coisas do tipo e parei num café. Não imaginava que seria possível mas foi! Fiquei conversando sobre futebol com o dono do café e um outro senhor. Eles falando uma mistura de espanhol e castelhano e eu em portunhol! Foi engraçado mas nos entendemos. Eles falavam o tempo todo mal de Messi, dizendo que ele só joga no Barcelona porque tem Xavi e Iniesta, o que eu concordo, e falavam também que Maradona foi melhor que Pelé. Bom, claro que com isso não concordo, até porque não faz sentido, mas foi interessante ver os motivos deles - inclusive eles foram pra vários jogos importantes como o de Paulo Rossi contra o Brasil na Copa da Espanha e Libertadores com Pelé da década de 60 (o outro senhor era uruguaio). Acho que eles falavam mais de Maradona por ele ser argentino, sinto uma certa empatia do pessoal daqui com os hermanos, enquanto que os brasileiros eles até respeitam mais hoje em dia, essa coisa toda do país estar emergindo economicamente, mas acho que eles nos acham um pouco exóticos, não sei. Depois, liguei pra Diego, pra variar, e fomos fazer um programa massa! Antes, compramos uma estrellas no mercado, claro, e as colocamos no isopor/bolsa. Fomos lá pro alto do Mont Juic onde teria um showzinho com uma banda meio Jorge Vercilo catalão e depois uma exibição de um filme. Era um documentário sobre um agente duplo na segunda guerra, muito interessante, acho que o nome dele era Garbo. Pelo que falam no filme, ele foi essencial atuando na contra-inteligência aliada, enganando os alemães, onde estava infiltrado com seus vários agentes fictícios. Massa mesmo! O lugar também era perfeito, um gramado do lado de um forte, onde a galera levava tanto bebidas como comidas etc, um programa típico europeu.

  E aí terminou minha estadia em Barcelona, antes do que eu pensava mas tudo bem, valeu! No outro dia planejava ir pra praia, até porque Barcelona o cara meio que vê quase tudo em poucos dias, daí sobra tempo para fazer nada, algo que para mim é essencial em viagens. Não sou do clube turístico que tem que aproveitar todo segundo vendo coisas históricas ou sei lá, gosto de relaxar em viagens também, fazer nada, deitar numa praça e pronto, como venho sempre dizendo. Acho que faz parte do turismo tentar ser um pouco como os moradores locais, mas claro que temos que ver as coisas que temos que ver, mas penso que tranquilos, sem pressa... Na quarta lavei mais roupas e parti pra Santiago de tarde, cidade em que me adaptei muito bem e conheci pessoas extraordinárias no festival de contrabaixo, mas isso é papo para outro post.
 
Sucos loucos.
Deu agonia...
Finalmente consegui uma foto mais ou menos de um órgão!
Bolsa/isopor.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Barcelona III

 Esqueci de falar sobre um estresse básico que vem rolando até agora: sacar dinheiro. As máquinas na Espanha (e em quase todos os outros lugares que passei nas Zoropa) são daquelas que engolem cartão, daí em Barcelona um dos meus Travel Money foi tragado e não consegui tirar de volta. Tentei ligar pro banco, pedir ajuda numa agência e nada. Tive que pedir pra painho bloquear o cartão no Brasil porque aquele atendimento a brasileiros no exterior também não estava funcionando, a telefonista disse que há dias não conseguia ligar pro Banco do Brasil. Como só tem agência em Madrid, não tive como resolver nada, aí fiquei sem um cartão e sem muito dinheiro em cash. Esse Travel Money ajuda, mas há um porém: geralmente só o aceitam para compras de no mínimo 15 euros, ou seja, em muitas situações tem que ser em grana. Agradeço a Diego por ter me emprestado uns euros porque depois desse dia fiquei com medo de perder o cartão reserva, algo que claro que aconteceu mas que conto depois. Por isso, fiquei um pouco na raça em Barcelona - não sei se foi esse estresse junto com uma alimentação um tanto desregrada e a água estranha da torneira, ou um tantinho de home-sickness básico, que até me deixou um pouco indisposto fisicamente alguns dias. Enfim, sobrevivi! Ah! Pra eles aqui não importa se é Travel Money, débito, crédito, eles só olham a bandeira: Visa, Mastercard etc. Enfim, é sempre bom se informar direitinho como funciona essa coisa dos cartões aqui, nunca é essa facilidade toda que dizem quando nos vendem os serviços no Brasil.

 
  Domingo, 03/07, foi um dia pra relaxar. Depois de uma certa maratona de noches dormi bastante e de tarde fui pra praia. Não fiz nada muito específico por lá, fiquei zanzando pelo calçadão e areia – acho que estava precisando de um relax mesmo, 20 dias de andar, andar, tirar foto, sair de noite e coisas do tipo é perfeito mas cansa um pouco. Depois deitei numa praça acho que no bairro das olímpiadas e tirei um cochilo. No começo da noite, ou seria à tarde? Iria finalmente encontrar com Paulinha, a outra brodagem recifense residente em Barcelona. Fomos para um clube onde rola umas jam sessions etc. Foi massa lá, a banda residente é bem entrosada e deu pra aproveitar bastante, tirando o fato que alguns músicos bastante amadores subiam de vez em quando. Tinha um baixista elétrico impressionante! Depois, um fato curioso: encontrei por total coincidência o brother Chico, com o qual toquei uma vez na Farsa! Quando estávamos no clube, Paulinha comentou mais de uma vez: "Cadê Chico que não chega?". Pois quando terminou, saímos pra calçada e lá vem ele andando. Chega deu um tilt na minha mente, fiquei sem saber se estava em Recife ou Barcelona. Daí, fomos pra um bar, um grupo de recifense e espanhóis, e tomamos as últimas cañas. Pena que Chico já ia voltar pra Recife no outro dia, daí foi só essa night com ele mesmo.


Paulinha, Greg (gente finérrima) e yo.
Encontro inusitado sob Estrellas...
 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Barcelona II

  
  Eis que chega a sexta, 1 de Julho, e la playa! Marquei com Diego num metrô perto de Barceloneta, tipo a BV de Barcelona, e fomos pra areia. Antes comi um peixinho num bar qualquer, que por sinal tava muito bom. Barcelona parece Recife um pouco nessa coisa de praia e comidas marítimas. Altos peixes bons por aqui, não tem erro, é só pedir. Infelizmente sou alérgico a crustacéos, daí nem pude aproveitar a outra boa parte da culinária catalã. Chegando na praia foi sentar e abrir a primeira cerva: Diego, habilmente, tem uma bolsa/isopor perfeita, que foi muito útil pra gente não apenas nessa ocasião. Depois chegou Túlio, um amigo cearense de Diego super gente fina. Ele tava já pra voltar pra Fortaleza, daí eram os últimos dias dele em terras espanholas. Muito engraçado praia em Barcelona, é muito diferente da nossa. Primeiro que água nem pensar, é um gelo, e depois que a turma fica pelada e não tá nem aí, as nêga é tudo de topless e veste o biquini de qualquer jeito, enfim, é meio putariesco o negócio e ao mesmo tempo não é. O que percebi é que a turma faz isso meio que na inocência aqui, porque tá sol, não rola aquela safadeza inerente a nós do Brasil. Por isso a turma não está nem aí, é normal. Mas, pra gente, é um pouco estranho. Esse dia terminaria comigo encontrando Paulinha, uma amiga do monstro Thiago Mello, mas é fácil de concluir que ficamos num estado não tão são. Ainda fomos eu, Diego e Túlio num barzinho pra comer umas agulinhas e mais umas saideras. Nem lembro como cheguei em casa, só sei que nesse dia posso dizer que tomei uma de verdade na Europa! Melhor ainda porque foi na companhia de um recifense e um cearense que “conhecia desde pequeno”! Ah! Aqui cabe um parêntese: toda cidade em que cheguei na Europa até Barcelona foi muito fácil encontrar a comunidade recifense, sempre tem um amigo ou amigo do amigo ou colega do amigo do primo da colega que estão dispostos a tomar umazinha e mostrar algo da cidade e tudo mais. Só tenho que agradecer a todos que me ajudaram e aos amigos que moram por aqui! Foram tardes/noites muito prazerosas, ainda por cima podendo falar em português!
  
Galera bem à vontade...
Yo e Diego.
  Depois de uma ressacazinha básica no começo do sábado, parti pra um dos pontos mais importantes da cidade: o Camp Nou! Ah! Antes fui num parque que é logo na saída do metrô mais perto do Camp Nou, esqueci o nome, mas vou colocar umas fotos aqui embaixo. Pô, que parque massa! Fiquei meia-hora/quarenta minutos só sentado num banco e ouvindo os pássaros. O Camp Nou é realmente impressionante. Primeiro, há a inteligência deles em colocar uma loja gigante na entrada da visita ao estádio, não tem nem como o cara não sair com alguma coisa de lá. Comprei uma camisa da Champions League pra painho (que acabou sendo pra mainha), não a oficial do time (uma comemorativa, sei lá...), e uma oficial pro brother Da Maia, que tinha encomendado. Depois, fiz a visita ao estádio. A parte mais interessante é uma sala multimídia que eles têm, onde você pode ver gols e histórias do clube, inclusive vários gols brasileiros de Romário, Ronalducho, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo. Bom, tô com preguiça de falar mais, não sei o que dizer, é um estádio de primeira e acho que só perde pro Santiago Bernabéu no quesito taças, já que as glórias catalãs são menos, porém mais recentes. Na sequência fui praquele parque Gaudi só pra dizer que fui de novo. É massa, bonito, cheio de turista e pronto. Na saída liguei pra Diego, já que esse dia seria a comemoração do aniversário dele e de sua mulher, Alba. Fomos pro Raval e tomamos algumas cañas, tapas e tudo mais. Depois, quando eu escrever sobre Santiago de Compostela, falarei de algo curioso sobre as tapas e os costumes espanhóis – incompreensíveis pra mim durante boa parte de minha estadia em terras hispânicas. Depois fomos pra um bar de um recifense que está em Barcelona há uns 10 anos e encontramos com Túlio e esposa e mais uma galera brasileira, portuguesa, espanhola etc. Bom, mais um dia de celebração da vida e esquecimentos do que ocorreu. Sei que uma hora fui pro metrô, que em Barcelona funciona o dia inteiro nos fins de semana no verão, e quase que durmo por lá mesmo! Mas, tranquilo, cheguei em casa são e salvo.

Parque não sei lá qual.
"Barça desde criancinha..."
Tapas!

Barcelona I

Let´s.
  Encontrei Núria! A amiga de Letícia que tava com a chava do apê da Jurema fêmea! Por sinal, agradeço aqui a limpeza de Letícia em me ceder o apê, já que no período que fiquei lá ela tava na Itália. Bom, depois falo mais da morada de quase uma semana em Barcelona, com direito a boas dormidas, lavagem de roupa e tudo mais. Então, depois de contactar Núria eu saí do aeroporto e encontrei com ela na Praça de Catalunya, onde cheguei de busu. Galera, é muito fácil se locomover na Europa, não importa o lugar, às vezes até tem excesso de informação – pelo menos pra mim, que sou acostumado com a raça que é andar de ônibus no Brasil e principalmente em Recife. No Brasil, por sinal, só não dá pra reclamar do metrô de São Paulo (dos lugares que conheço), que acho inclusive superior a alguns que peguei por aqui, principalmente no quesito limpeza (o de Paris, minha nossa, não toma banho assim como sua população!). Até horário de ônibus tem nas paradas, algo impensável pra gente no Brasil, que não sabe nem se vai chegar o transporte. Tô meio esquecido aqui mas acho que nesse dia cheguei e comprei umas coisas pra café da manhã e jantar e fui dormir, nem lembro direito o horário que cheguei! Esse negócio de sol o tempo todo faz o cara perder um pouco a noção do tempo, é uma viagem. Ah! O momento engraçado desse dia foi que assim que cheguei fui bater um rango nuns árabes e tava um quebra pau danado entre a família lá que é dona do restaurante. Como não dava pra entender bulhufas se tornou um situação meio bizarra.

  No outro dia, depois de uma boa dormida, fui andando pela Avenina Parallel, que é bem pertinho da casa de Letícia, muito bem localizada, por sinal (num pulo o cara está nas Las Ramblas). Andei toda aquela parte das marinas etc, que fica beirando o mar, onde tem uns shoppings e restaurantes, e parei numa praia que não sei o nome. Como no outro dia tinha combinando com Diego, amigo de Dudu, de passar o dia na praia, só dei uma olhada e parti de volta. Nessa hora percebi que eu tava meio longe de casa, aí aproveitei pra pegar aquele teleférico que cruza a cidade. É massa! Você tem uma visão privilegiada lá de cima e ainda para no Montjuic, que é uma parte bem alta da cidade onde rola altas outras vistas massa. Depois foi só descer a ladeira e chegar na rua de Letícia. Não lembro se subi em casa ou se fui direto prum concerto no L´Auditori, onde ia rolar o Requiem de Mozart com a Orquestra Sinfônica da Catalunya, coro não sei qual etc. Esse L´Auditori é um dos principais teatros de Barcelona e fica bem pertinho daquela igreja da Sagrada Família. Comprei logo o ingresso e fui andando até a igreja pra tirar umas fotos. Bom, esse momento foi basicamente só pra dizer que fui lá porque a igreja continua quase a mesma desde que fui em 97, ainda em construção e cheia de turista. Dei só um rolé e fui voltando em direção ao teatro. Entrando numa rua ali e outra aqui eis que paro num barzinho style. Vi logo que era bom pra comer e pedi uma torrada com anchovas, o que eles chama de tortillas, eu acho. Rapaz, bom demais! Acompanhado de uma Estrella Galícia, vixe! O dono do bar era bem simpático e percebendo que eu era brasileiro bateu até um papo, perguntou se eu era de Pipa, nada a ver danado. Acho que ele foi lá e achou que era uma cidade grande. Aí eu falei: "Não, eu sou da maior cidade do Nordeste!". Apesar que parece que Fortaleza ou Salvador são maiores, mas é lógico que Recife é maior. Bom, dei ainda um pulo num teatro que fica do lado do L´Auditori e vi um prédio muito louco que eu tinha percebido do teleférico, ele parece um monolito. Mas de perto é até meio normal. O concerto, pra variar, foi muito bom. Orquestra entrosada, regente que se garante, coro afinado. Enfim, como a orquestra de Madrid, ela não é a melhor do mundo, mas pra mim já valeu muito ver essas duas orquestras tocando. O que não me acostumo nos concertos e recitais aqui na Europa é o tempo que o público bate palma. Aqui eles realmente respeitam e compreendem o trabalho do músico! Isso quer dizer minutos e mais minutos de aplauso, é uma doidera. Concerto terminado, casa e lona.

Barco.
Lá de cima.
Em construção.
Orquestra.

sábado, 16 de julho de 2011

Paris VI

   Bom, ainda não consegui falar com a menina mas pelo menos encontrei uma tomada aqui pra ligar o computador, já Internet... Aqui tem altos lugares com papo que tem Internet de graça etc mas é complicado. Isso me faz pensar numa dica: não venha pra Europa sem celular, qualquer que seja - talvez melhor até comprar uns chips aqui, que funcionam como cartão. Primeiro, como já disse, é quase impossível falar por orelhão, apesar que aqui na Espanha até desenrolo com um cartão que comprei assim que cheguei em Madrid, mas, por exemplo, eu achei que ia entrar na Internet aqui no aeroporto mas eles pedem que você dê um número de celular pra poder ativar um código não sei qual lá. Enfim, realmente estamos no século XXI, telefones públicos são coisa do passado e cada um tem que ter uma bosta de um celular pra daqui há uns anos ter câncer no ouvido. Eita! Vou falar do último dia em Paris então. Pois bem, esse dia eu e Ota planeamos ir no Pompidou, até porque um dia antes descobrimos que o Louvre é fechado nas terças, mas não é que o Pompidou também?! No final das contas, não me senti tão mal, o Louvre é massa, tô ligado, o Pompideu também. Mas, bom, pelo menos já vi Mona Lisa e o Egito no subterrâneo do Louvre em 1997, tenho um pouquinho de crédito, essa é uma grande vantagem de ter feito viagem quando se é pirralha! Não é todo mundo que teve essa oportunidade, claro, mas eu tive essa sorte. Quer dizer, não sei é sorte, foram meus pais que me levaram. Enfim, tenho só que agradecer a eles o fato de não ter a obrigação de ver várias coisas agora que voltei adulto pra cá. Muitas faço questão de rever, até porque agora sou praticamente outra pessoa, com 10 anos a mais, mas outras nem tanto, por isso o “turismo despreocupado”. Foi justamente isso que eu e Ota fizemos nesse dia.
Metrô.
  Depois de quebrar a cara no Pompidou, e de bater um rango monstro daqueles menus que vêm não sei quantos pratos, deitamos um pouco na grama e partimos pra Ópera, eu tinha que entrar de todo jeito lá! Bom, entrei, tirei as fotos e massa, fomos pra Montparnase, que é um bairro até grande mas sem tantas coisas históricas. Lá ficamos de rolé, entramos em algumas lojas porque Ota tinha que comprar presente pra mãe dele e pronto, ficamos nos cafés: isso sim a melhor coisa de Paris! E não é que finalmente conhecemos parisienses? Eles são realmente fechados, cada um na sua, de uma indiferença que às vezes até incomoda, mas nesse último café tinhas umas meninas que até puxaram conversa com a gente, uma hora que Raymond Domenech passou na calçada, ex-técnico da França. A impressão que fica cada vez mais forte é a coisa do Brasil cada vez mais respeitado mundo afora. Um exemplo foram essas piveta nos abordando e perguntando coisas do Brasil, tiveram outros momentos também. Por exemplo, uma americana que veio bater papo comigo num trem. Ela falou logo: “Ah! Você é brasileiro?! É um país que está crescendo muito, né?”. Bom, isso é uma coisa boa de se ouvir. Antes a gente era só o país do futebol e do Carnaval. Continuamos sendo isso também, claro, mas agora somos atuantes no mundo, basta ver a quantidade de brasileiro turistando por aqui! Eu sou brasileiro e acredito! Agora vou tentar dar um jeito de ir na praia, cansei de aeroporto, depois conto como foi Barcelona e se encontrei a menina com a chave ou não. Pelo Sport Tudo!


Ota e o amigo de infância parisiense dele.