quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Week in Compostela II

Ernst, "Reinhard" e Damian dando um recital.
  No outro dia começou oficialmente o festival. Foi quando chegaram os outros alunos e começamos com as aulas e infinitos ensaios. O festival foi organizado de forma perfeita. Aulas solo, para trabalhar a peça que cada um apresentou no final; aulas de repertório orquestral, com foco em partes que caem em concursos e coisas do tipo; aulas de música de câmara, onde trabalhamos peças para quinteto de contrabaixos; e aulas de harmonia e improvisação jazzística. Cada aula desta era dada por um dos professores, cada um melhor que ou outro. E, bom, essa era nossa rotina: muito estudo nos tempos livres e aulas quase que diárias. Ah! A outra parte boa era que quase toda noite havia algum recital dos professores ou de grupos dos professores, não preciso dizer que tudo de alto nível. Tinha desde música erudita ao jazz e música contemporânea. Uma coisa que achei massa, inclusive, foi o foco em jazz que o festival tinha, falava-se muito de improvisação e liberdade, acho que de propósito, já que a maioria da galera é bem clássica e não tem contato com o popular, daí ficam meio travados inclusive pra tocar concertos, sonatas etc. Havia muita música de um compositor local, Simon García, super gente fina e que escreve muito para contrabaixo. Seus temas remetem ao jazz, tango e coisas assim, e ele também é um grande contrabaixista! Afinal, todos são, incrível isso, não tem ninguém mais ou menos! Você acaba gostando mais de um tocando do que outro por gosto, mas tecnicamente são todos quase perfeitos, perfeito mesmo só o austríaco. Gostei muito das aulas de repertório orquestral, até porque na minha visão esse é o mundo do contrabaixo. Todo mundo foca em solos e coisas do tipo, mas pra mim contrabaixo é contrabaixo na orquestra. O professor se chama Damian e ele é muito bom: noções bem interessantes e práticas pros trechos clássicos de Beethoven e Mozart que trabalhamos. É isso mesmo, galera, no mundo todo acho que é igual: quinta de Beethoven e Recitativo da nona, 40 de Mozart e por aí vai. Pra mim foi tranquilo porque já tinha lido essas partes, já as chicas tinham alguns problemas por estarem algumas vendo pela primeira vez, mas saiu tudo bem. Ah! Meu quinteto claro que foi com as gatinhas, acho que os professores me colocaram lá de propósito, todo dia perguntavam: “E aí? Tá gostando do quinteto?”. Bom, claro que pra mim foi perfeito e no final deu tudo certo, claro. Os outros professores eram Roberto, de música de câmara, super gente boa e atencioso (como um tiozão da galera); Afonso de jazz, de quem fiquei até certo ponto amigo (até porque ele fala português e também porque compartilhamos de muitas opiniões em comum relativas ao jazz e música em geral); e Carlos, o organizador do festival, que me dava as aulas de solo. Havia também dois pianistas que nos acompanhavam nos solos e que, pra variar, eram gente fina total. Isso me faz puxar um pouco a sardinha pra minha classe, a de contrabaixistas. Incrível como eu acho que em todo mundo é igual, não há competição, disputa de egos. Assim, deve haver, claro, mas a tendência sempre é pra irmandade e solidariedade. Os professores sempre colocando os alunos pra cima e os alunos se ajudando entre si, uma verdadeira família que pelo que vejo deve ser universal! 

Sonia, Yo, Raquel e Arantxa.
Afonso, Damian, Ernst, "Reinhard", Luís, Roberto e Carlos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário