segunda-feira, 4 de julho de 2011

Paris III

Turistada.
  Bom, seguindo a vibe turismo, acordei no outro dia e fui no D´Orsay (nesse dia eu, Ota e Patrícia nos separamos). Foi o primeiro dia quente que peguei em Paris, nos outros até de casaco eu tava andando. Já nesse saí de bermuda e tudo mais. O D´Orsay foi bem normal, já tinha ido lá com painho e mainha e não mudou muita coisa não. Ah! Tomei o pior e mais caro cappucino da viagem lá no café do museu. Depois, mais uma vez o velho “turismo despreocupado”! Saí andando pro bairro que eles chamam de Quartier Latin. Lá tem os Jardins de Luxemburgo, que é incrível, e tem a Sorbonne e um casario bem antigo. Tem até uma parte de muralha da época medieval! Esse dia aproveitei pra fazer um programa típico de minha mãe: comprar algum doce numa patisserie e ficar comendo na praça. Putz, peguei uma tortinha de chocolate amargo que até agora lembro o gosto! Enfim, daí fiquei circulando pelo Quartier Latin, que é bem bonitinho mesmo, com altos botecos e ruleas apertadas, e comecei a procurar pela tal da Igreja de Saint Ephrem, que é onde veria um recital de Violoncelo que tinha visto pela Internet que ia rolar. Rapaz, pense num vacilo que eu dei! Esqueci de anotar o endereço e tudo que eu sabia era que o nome da igreja começava com E. Rodei e rodei, tentei perguntar de todo jeito pra galera e nada. Quando faltava meia-hora pro começo do recital eu já tava puto comigo mesmo e quase que desisto de procurar algo que eu nem sabia o nome direito – Ah! Mais uma vez virei refém da falta de telefones públicos que façam sentido e por isso não tinha nem como ligar pra Benzina ou sei lá, tentei até ligar pra casa no Brasil pra Tomaz, meu irmão, ver na Internet e me dizer o nome do lugar, mas foi sem sucesso. Mas aí, do nada, vi uma plaquinha com o nome “Eglise Saint Ephrem” e a ficha caiu! Corri pra lá e consegui chegar a tempo pra ver o recital. O boy lá, de 24 anos apenas, tocou as suítes pra violoncelo solo 4, 5 e 6 de Bach. A 6, inclusive, ele tocou num violoncelo piccolo! O instrumento barroco que tem cinco cordas e pro qual dizem que Bach escreveu essa suíte. Mermão, o bicho botou quente mesmo. Na 4 e 5 teve até alguns momentos vacilantes, na minha visão, mas na 6 o bicho detonou. Não sei se por estar tocando num instrumento de época e isso, de uma certa forma, ser um marketing pra ele, mas sei que ele botou quente demais. Ele imprimiu muito bem o caratér até meio camponês, eu acho, que essa suíte tem, teve horas que lembrei até do Nordeste pela tendência modal e timbre de rabeca que rolou. Resumindo, é incrível ver como um aluno recém graduado no Conservatório de Paris pode tocar em tão alto nível, e é triste de constatar como estamos longe disso no Brasil. Bom, vou parar por aqui porque não gosto de chororô, isso é coisa de barbie! O triste desse dia é que era sexta-feira e eu não pude ir pra night, no outro dia tinha que fazer o TOEFL bem cedinho porque a universidade lá da Inglaterra pediu mais 2 pontinhos numa das seções do teste. Bom, c´est la vie!

Quartier Latin.
Cadeirinha nos Jardins de Luxemburgo.

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