sexta-feira, 15 de julho de 2011

Paris V

  
  Segunda-feira, 27/06. Pense num dia quente! Putz... e tirei ele pra andar. Fui primeiro na Ópera Garnier, um dos lugares mais históricos da história da música. Infelizmente a turma tava ensaiando, daí nem deu pra fazer o tour lá por dentro. Tirei umas fotos de fora e pronto, bati em retirada pros Invalides, que é o museu da guerra e é onda tá a tumba de Napoleão. Vou dizer, é massa o cara ver as armaduras, armas, tudo isso cronologicamente (tem arma até do paleolítico por lá!), mas teve uma hora que começou a bater uma deprê, eu vi as crianças americanas turistas imitando os tiros com as armas etc, uma sensação de que algo não estava certo. Sei lá, talvez não era pra haver museu sobre guerra, ou não. Acabou que vi tudo, até as coisas da segunda guerra etc, mas achei um turismo mórbido danado. Não sei se aconselho todos a ir prum lugar onde a destruição e morte é vista o tempo todo, seja ela por espada ou por bomba. Depois fui ver Napoleão mas tinha tanto turista que não aguentei e só tirei uma foto. Na sequência, uma das melhores coisas da viagem até agora! A exposição que tá rolando até o final de Junho na Cinémathèque Française sobre Stanley Kubrick. Bom demais, velho! Tem altos figurinos, sets, pedaços de roteiros, enfim, altas coisas originais dele, dos filmes e tudo mais. Foi até emocionante! Pode parecer crepe de espinafre mas Stanley Kubrick realmente é um cara além dos outros, e olhe que Cinema nem é tão arte assim! É só uma novela grande. Imaginei se os brothers da Símio e de cinema em Recife fossem nessa exposição iam chorar a cada item... 

Inválido.
  Depois, fui mais uma vez ver o que interessa: Música! A verdadeira Arte! Fui de novo naquela mesma igreja que tinha me perdido na outra vez. Dessa vez, uma chinesa ia tocar as Variações de Goldberg de Bach. Engraçado como não me esforcei muito pra ver dois recitais com peças que eu acho das maiores da humanidade, obras-primas das mais famosas e que simplesmente nunca tinha visto serem executadas ao vivo. O piano não ajudou a menina, mais uma vez um formando do Conservatório, inclusive com prêmios e tudo mais, mas ela se garantiu. A peça é difícil, não é pra qualquer um, e ela tocava com uma naturalidade que parecia que tava brincando de gueixa. Alguns momentos senti falta de uma profundidade maior na interpretação, principalmente nas partes lentas, mas quem sou eu pra dizer pra ela como tocar?! Mas, engraçado, no outro recital senti um pouco a mesma coisa, a turma correndo atrás do virtuosismo ao invés de tentar fazer música pura e simplesmente. Claro que pros instrumentistas é importante demonstrar domínio e que se garante no que faz, mas eu penso que é sempre bom lembrar que antes vem a música, que muitas vezes são bem pouquinhas notas, lentas, mas que querem dizer mais que milhões de notas por segundo. O doido do cello tinha isso também, eu senti. Na hora das partes rápidas ele tentava algo que nem conseguia, como se querendo mostrar que podia, sei lá, enfim. Música pra mim é muito mais do que ser virtuoso num instrumento, apesar que é claro que os virtuosos têm seu grande papel, mas não são o fim, pelo menos na minha opinião. O fim é a Música! Quer dizer, o começo! Tá bom, vou parar com esse papo cabeça. Depois fui dormir e já já falo sobre o último dia de Paris que agora já tô no aeroporto de Barcelona tentando ligar pra menina que tá com a chave da casa de Letícia, que é o lugar onde vou ficar, e ainda não consegui e a bateria do computador tá acabando. PST!

Spartacus.
Goldberg.

 

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