quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Week in Compostela II

Ernst, "Reinhard" e Damian dando um recital.
  No outro dia começou oficialmente o festival. Foi quando chegaram os outros alunos e começamos com as aulas e infinitos ensaios. O festival foi organizado de forma perfeita. Aulas solo, para trabalhar a peça que cada um apresentou no final; aulas de repertório orquestral, com foco em partes que caem em concursos e coisas do tipo; aulas de música de câmara, onde trabalhamos peças para quinteto de contrabaixos; e aulas de harmonia e improvisação jazzística. Cada aula desta era dada por um dos professores, cada um melhor que ou outro. E, bom, essa era nossa rotina: muito estudo nos tempos livres e aulas quase que diárias. Ah! A outra parte boa era que quase toda noite havia algum recital dos professores ou de grupos dos professores, não preciso dizer que tudo de alto nível. Tinha desde música erudita ao jazz e música contemporânea. Uma coisa que achei massa, inclusive, foi o foco em jazz que o festival tinha, falava-se muito de improvisação e liberdade, acho que de propósito, já que a maioria da galera é bem clássica e não tem contato com o popular, daí ficam meio travados inclusive pra tocar concertos, sonatas etc. Havia muita música de um compositor local, Simon García, super gente fina e que escreve muito para contrabaixo. Seus temas remetem ao jazz, tango e coisas assim, e ele também é um grande contrabaixista! Afinal, todos são, incrível isso, não tem ninguém mais ou menos! Você acaba gostando mais de um tocando do que outro por gosto, mas tecnicamente são todos quase perfeitos, perfeito mesmo só o austríaco. Gostei muito das aulas de repertório orquestral, até porque na minha visão esse é o mundo do contrabaixo. Todo mundo foca em solos e coisas do tipo, mas pra mim contrabaixo é contrabaixo na orquestra. O professor se chama Damian e ele é muito bom: noções bem interessantes e práticas pros trechos clássicos de Beethoven e Mozart que trabalhamos. É isso mesmo, galera, no mundo todo acho que é igual: quinta de Beethoven e Recitativo da nona, 40 de Mozart e por aí vai. Pra mim foi tranquilo porque já tinha lido essas partes, já as chicas tinham alguns problemas por estarem algumas vendo pela primeira vez, mas saiu tudo bem. Ah! Meu quinteto claro que foi com as gatinhas, acho que os professores me colocaram lá de propósito, todo dia perguntavam: “E aí? Tá gostando do quinteto?”. Bom, claro que pra mim foi perfeito e no final deu tudo certo, claro. Os outros professores eram Roberto, de música de câmara, super gente boa e atencioso (como um tiozão da galera); Afonso de jazz, de quem fiquei até certo ponto amigo (até porque ele fala português e também porque compartilhamos de muitas opiniões em comum relativas ao jazz e música em geral); e Carlos, o organizador do festival, que me dava as aulas de solo. Havia também dois pianistas que nos acompanhavam nos solos e que, pra variar, eram gente fina total. Isso me faz puxar um pouco a sardinha pra minha classe, a de contrabaixistas. Incrível como eu acho que em todo mundo é igual, não há competição, disputa de egos. Assim, deve haver, claro, mas a tendência sempre é pra irmandade e solidariedade. Os professores sempre colocando os alunos pra cima e os alunos se ajudando entre si, uma verdadeira família que pelo que vejo deve ser universal! 

Sonia, Yo, Raquel e Arantxa.
Afonso, Damian, Ernst, "Reinhard", Luís, Roberto e Carlos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A Week in Compostela I

Férias?!
  Bom, posso dizer com certeza que foi uma das semanas mais mais da minha vida – eu acho! Tirando o fato que tive que estudar contrabaixo feito um condenado, até porque no final do Festival Streicher haveria recitais etc, conheci um grupo de pessoas que praticamente viraram família de um dia pro outro! Durante esse post vou apresentando algumas das figuras com as quais espero manter contato “hasta la muerte”. Já estou até com saudades das tapas e conversas que varavam as noites! Do contrabaixo, um pouquinho de saudade, até porque daqui a uma semana volto a vê-lo no outro festival que participarei, desta feita um de orquestra e música de câmara na República Tcheca.

  Então, fui pra Santiago de Compostela porque me inscrevino IX Festival Streicher de Contrabajo. Streicher é tipo um grande monstro do instrumento, que escreveu vários métodos e coisas do tipo. Ele morou um tempo na Espanha. Pelo que entendi, todos os professores do festival foram alunos dele na Áustria, e alguns alunos, os mais velhos, tiveram aulas quando ele morou em Madrid. Nos primeiros dias tivemos master-classes com um monstro austríaco atual, Ernst "Weisentenoch", acho que ele é o primeiro baixo da orquestra de Viena. Meu irmão, o cara é incrível! Primeiro, super gente boa, ouvia tanto os iniciantes como os avançados da mesma forma, sempre com olhar positivo e dicas mágicas. Tocando era um negócio de outro planeta - a única crítica que posso fazer é sobre a frieza germânica que ele tem, ele toca meio como um robô, mas isso é cultural e o que importa é que as notas saíam perfeitas. Ernst veio com um amigo pianista e compositor, "Reinrad Shuchss" (é impossível decorar esses nomes e tô com preguiça de procurar no google), que foi a primeira pessoa que conheci no festival. Foi até engraçado porque virei intérprete dele até arrumarem um alemão! A turma em Santiago é bem provinciana e grande parte não fala inglês, daí quando chegou Carlos, o organizadordo festival, fiquei traduzindo um austríaco que mal falava inglês pra um galego que mal compreendia meu portunhol, foi engraçado e deu tudo certo. Logo depois, uma grande surpresa: eis que abrem a porta do auditório e entram três gatinhas, duas de 19 e uma de 22 ou era 23 anos. Três contrabaixistas! Fui logo fazendo aquela amizade básica, claro, e descobri que na Espanha grande parte dos baixistas são mulheres, muito diferente do Brasil, onde a macharia impera nos graves. Arantxa, Sonia e Elena, minhas primeiras amigas do festival. Nesse dia demos um rolé na cidade, já que a escola ia fechar e não podíamos estudar. Foi o único momento que tivemos pra turistas, daí fomos na catedral, que parece coisa de Senhor dos Anéis, e vimos aquela coisa lá queos peregrinos abraçam. Depois demos umas volta e paramos numa pracinha básica. Rolaram as primeiras Estrellas Galícia do festival e depois fomos descansar porque a jornada seria longa.   
 
Sonia, Arantxa e Elena.
Minas Tirith.
Santiago.

sábado, 23 de julho de 2011

Barcelona IV

   
  Eis que aí chegou meu último em Barcelona. Assim, eu não sabia muito bem que era o último dia, mas foi. Confundi o dia da passagem pra Santiago, achava que ia só na quarta, mas era na terça. Bom, ainda bem que descobri há tempo! Voltando à Barcelona, tirei esse dia pra lavar roupa e ir na parte antiga da cidade, onde tem ruínas inclusive romanas. Antes, uma passadinha num mercado onde tinha frutas de todo tipo e sucos também. Tomei um de maracujá que estava longe de ser o que estamos acostumados, mas valeu . Esse mercado é na Las Ramblas e assim que saí dei de cara com uma loja de música, com partituras e livros mil. Bom, passei quase uma hora, eu acho, babando por lá e comprei umas coisas pra contrabaixo e um livro – isso porque me conti bastante! Depois dei mais alguns rolés pela catedral, prédios velhos e coisas do tipo e parei num café. Não imaginava que seria possível mas foi! Fiquei conversando sobre futebol com o dono do café e um outro senhor. Eles falando uma mistura de espanhol e castelhano e eu em portunhol! Foi engraçado mas nos entendemos. Eles falavam o tempo todo mal de Messi, dizendo que ele só joga no Barcelona porque tem Xavi e Iniesta, o que eu concordo, e falavam também que Maradona foi melhor que Pelé. Bom, claro que com isso não concordo, até porque não faz sentido, mas foi interessante ver os motivos deles - inclusive eles foram pra vários jogos importantes como o de Paulo Rossi contra o Brasil na Copa da Espanha e Libertadores com Pelé da década de 60 (o outro senhor era uruguaio). Acho que eles falavam mais de Maradona por ele ser argentino, sinto uma certa empatia do pessoal daqui com os hermanos, enquanto que os brasileiros eles até respeitam mais hoje em dia, essa coisa toda do país estar emergindo economicamente, mas acho que eles nos acham um pouco exóticos, não sei. Depois, liguei pra Diego, pra variar, e fomos fazer um programa massa! Antes, compramos uma estrellas no mercado, claro, e as colocamos no isopor/bolsa. Fomos lá pro alto do Mont Juic onde teria um showzinho com uma banda meio Jorge Vercilo catalão e depois uma exibição de um filme. Era um documentário sobre um agente duplo na segunda guerra, muito interessante, acho que o nome dele era Garbo. Pelo que falam no filme, ele foi essencial atuando na contra-inteligência aliada, enganando os alemães, onde estava infiltrado com seus vários agentes fictícios. Massa mesmo! O lugar também era perfeito, um gramado do lado de um forte, onde a galera levava tanto bebidas como comidas etc, um programa típico europeu.

  E aí terminou minha estadia em Barcelona, antes do que eu pensava mas tudo bem, valeu! No outro dia planejava ir pra praia, até porque Barcelona o cara meio que vê quase tudo em poucos dias, daí sobra tempo para fazer nada, algo que para mim é essencial em viagens. Não sou do clube turístico que tem que aproveitar todo segundo vendo coisas históricas ou sei lá, gosto de relaxar em viagens também, fazer nada, deitar numa praça e pronto, como venho sempre dizendo. Acho que faz parte do turismo tentar ser um pouco como os moradores locais, mas claro que temos que ver as coisas que temos que ver, mas penso que tranquilos, sem pressa... Na quarta lavei mais roupas e parti pra Santiago de tarde, cidade em que me adaptei muito bem e conheci pessoas extraordinárias no festival de contrabaixo, mas isso é papo para outro post.
 
Sucos loucos.
Deu agonia...
Finalmente consegui uma foto mais ou menos de um órgão!
Bolsa/isopor.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Barcelona III

 Esqueci de falar sobre um estresse básico que vem rolando até agora: sacar dinheiro. As máquinas na Espanha (e em quase todos os outros lugares que passei nas Zoropa) são daquelas que engolem cartão, daí em Barcelona um dos meus Travel Money foi tragado e não consegui tirar de volta. Tentei ligar pro banco, pedir ajuda numa agência e nada. Tive que pedir pra painho bloquear o cartão no Brasil porque aquele atendimento a brasileiros no exterior também não estava funcionando, a telefonista disse que há dias não conseguia ligar pro Banco do Brasil. Como só tem agência em Madrid, não tive como resolver nada, aí fiquei sem um cartão e sem muito dinheiro em cash. Esse Travel Money ajuda, mas há um porém: geralmente só o aceitam para compras de no mínimo 15 euros, ou seja, em muitas situações tem que ser em grana. Agradeço a Diego por ter me emprestado uns euros porque depois desse dia fiquei com medo de perder o cartão reserva, algo que claro que aconteceu mas que conto depois. Por isso, fiquei um pouco na raça em Barcelona - não sei se foi esse estresse junto com uma alimentação um tanto desregrada e a água estranha da torneira, ou um tantinho de home-sickness básico, que até me deixou um pouco indisposto fisicamente alguns dias. Enfim, sobrevivi! Ah! Pra eles aqui não importa se é Travel Money, débito, crédito, eles só olham a bandeira: Visa, Mastercard etc. Enfim, é sempre bom se informar direitinho como funciona essa coisa dos cartões aqui, nunca é essa facilidade toda que dizem quando nos vendem os serviços no Brasil.

 
  Domingo, 03/07, foi um dia pra relaxar. Depois de uma certa maratona de noches dormi bastante e de tarde fui pra praia. Não fiz nada muito específico por lá, fiquei zanzando pelo calçadão e areia – acho que estava precisando de um relax mesmo, 20 dias de andar, andar, tirar foto, sair de noite e coisas do tipo é perfeito mas cansa um pouco. Depois deitei numa praça acho que no bairro das olímpiadas e tirei um cochilo. No começo da noite, ou seria à tarde? Iria finalmente encontrar com Paulinha, a outra brodagem recifense residente em Barcelona. Fomos para um clube onde rola umas jam sessions etc. Foi massa lá, a banda residente é bem entrosada e deu pra aproveitar bastante, tirando o fato que alguns músicos bastante amadores subiam de vez em quando. Tinha um baixista elétrico impressionante! Depois, um fato curioso: encontrei por total coincidência o brother Chico, com o qual toquei uma vez na Farsa! Quando estávamos no clube, Paulinha comentou mais de uma vez: "Cadê Chico que não chega?". Pois quando terminou, saímos pra calçada e lá vem ele andando. Chega deu um tilt na minha mente, fiquei sem saber se estava em Recife ou Barcelona. Daí, fomos pra um bar, um grupo de recifense e espanhóis, e tomamos as últimas cañas. Pena que Chico já ia voltar pra Recife no outro dia, daí foi só essa night com ele mesmo.


Paulinha, Greg (gente finérrima) e yo.
Encontro inusitado sob Estrellas...
 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Barcelona II

  
  Eis que chega a sexta, 1 de Julho, e la playa! Marquei com Diego num metrô perto de Barceloneta, tipo a BV de Barcelona, e fomos pra areia. Antes comi um peixinho num bar qualquer, que por sinal tava muito bom. Barcelona parece Recife um pouco nessa coisa de praia e comidas marítimas. Altos peixes bons por aqui, não tem erro, é só pedir. Infelizmente sou alérgico a crustacéos, daí nem pude aproveitar a outra boa parte da culinária catalã. Chegando na praia foi sentar e abrir a primeira cerva: Diego, habilmente, tem uma bolsa/isopor perfeita, que foi muito útil pra gente não apenas nessa ocasião. Depois chegou Túlio, um amigo cearense de Diego super gente fina. Ele tava já pra voltar pra Fortaleza, daí eram os últimos dias dele em terras espanholas. Muito engraçado praia em Barcelona, é muito diferente da nossa. Primeiro que água nem pensar, é um gelo, e depois que a turma fica pelada e não tá nem aí, as nêga é tudo de topless e veste o biquini de qualquer jeito, enfim, é meio putariesco o negócio e ao mesmo tempo não é. O que percebi é que a turma faz isso meio que na inocência aqui, porque tá sol, não rola aquela safadeza inerente a nós do Brasil. Por isso a turma não está nem aí, é normal. Mas, pra gente, é um pouco estranho. Esse dia terminaria comigo encontrando Paulinha, uma amiga do monstro Thiago Mello, mas é fácil de concluir que ficamos num estado não tão são. Ainda fomos eu, Diego e Túlio num barzinho pra comer umas agulinhas e mais umas saideras. Nem lembro como cheguei em casa, só sei que nesse dia posso dizer que tomei uma de verdade na Europa! Melhor ainda porque foi na companhia de um recifense e um cearense que “conhecia desde pequeno”! Ah! Aqui cabe um parêntese: toda cidade em que cheguei na Europa até Barcelona foi muito fácil encontrar a comunidade recifense, sempre tem um amigo ou amigo do amigo ou colega do amigo do primo da colega que estão dispostos a tomar umazinha e mostrar algo da cidade e tudo mais. Só tenho que agradecer a todos que me ajudaram e aos amigos que moram por aqui! Foram tardes/noites muito prazerosas, ainda por cima podendo falar em português!
  
Galera bem à vontade...
Yo e Diego.
  Depois de uma ressacazinha básica no começo do sábado, parti pra um dos pontos mais importantes da cidade: o Camp Nou! Ah! Antes fui num parque que é logo na saída do metrô mais perto do Camp Nou, esqueci o nome, mas vou colocar umas fotos aqui embaixo. Pô, que parque massa! Fiquei meia-hora/quarenta minutos só sentado num banco e ouvindo os pássaros. O Camp Nou é realmente impressionante. Primeiro, há a inteligência deles em colocar uma loja gigante na entrada da visita ao estádio, não tem nem como o cara não sair com alguma coisa de lá. Comprei uma camisa da Champions League pra painho (que acabou sendo pra mainha), não a oficial do time (uma comemorativa, sei lá...), e uma oficial pro brother Da Maia, que tinha encomendado. Depois, fiz a visita ao estádio. A parte mais interessante é uma sala multimídia que eles têm, onde você pode ver gols e histórias do clube, inclusive vários gols brasileiros de Romário, Ronalducho, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo. Bom, tô com preguiça de falar mais, não sei o que dizer, é um estádio de primeira e acho que só perde pro Santiago Bernabéu no quesito taças, já que as glórias catalãs são menos, porém mais recentes. Na sequência fui praquele parque Gaudi só pra dizer que fui de novo. É massa, bonito, cheio de turista e pronto. Na saída liguei pra Diego, já que esse dia seria a comemoração do aniversário dele e de sua mulher, Alba. Fomos pro Raval e tomamos algumas cañas, tapas e tudo mais. Depois, quando eu escrever sobre Santiago de Compostela, falarei de algo curioso sobre as tapas e os costumes espanhóis – incompreensíveis pra mim durante boa parte de minha estadia em terras hispânicas. Depois fomos pra um bar de um recifense que está em Barcelona há uns 10 anos e encontramos com Túlio e esposa e mais uma galera brasileira, portuguesa, espanhola etc. Bom, mais um dia de celebração da vida e esquecimentos do que ocorreu. Sei que uma hora fui pro metrô, que em Barcelona funciona o dia inteiro nos fins de semana no verão, e quase que durmo por lá mesmo! Mas, tranquilo, cheguei em casa são e salvo.

Parque não sei lá qual.
"Barça desde criancinha..."
Tapas!

Barcelona I

Let´s.
  Encontrei Núria! A amiga de Letícia que tava com a chava do apê da Jurema fêmea! Por sinal, agradeço aqui a limpeza de Letícia em me ceder o apê, já que no período que fiquei lá ela tava na Itália. Bom, depois falo mais da morada de quase uma semana em Barcelona, com direito a boas dormidas, lavagem de roupa e tudo mais. Então, depois de contactar Núria eu saí do aeroporto e encontrei com ela na Praça de Catalunya, onde cheguei de busu. Galera, é muito fácil se locomover na Europa, não importa o lugar, às vezes até tem excesso de informação – pelo menos pra mim, que sou acostumado com a raça que é andar de ônibus no Brasil e principalmente em Recife. No Brasil, por sinal, só não dá pra reclamar do metrô de São Paulo (dos lugares que conheço), que acho inclusive superior a alguns que peguei por aqui, principalmente no quesito limpeza (o de Paris, minha nossa, não toma banho assim como sua população!). Até horário de ônibus tem nas paradas, algo impensável pra gente no Brasil, que não sabe nem se vai chegar o transporte. Tô meio esquecido aqui mas acho que nesse dia cheguei e comprei umas coisas pra café da manhã e jantar e fui dormir, nem lembro direito o horário que cheguei! Esse negócio de sol o tempo todo faz o cara perder um pouco a noção do tempo, é uma viagem. Ah! O momento engraçado desse dia foi que assim que cheguei fui bater um rango nuns árabes e tava um quebra pau danado entre a família lá que é dona do restaurante. Como não dava pra entender bulhufas se tornou um situação meio bizarra.

  No outro dia, depois de uma boa dormida, fui andando pela Avenina Parallel, que é bem pertinho da casa de Letícia, muito bem localizada, por sinal (num pulo o cara está nas Las Ramblas). Andei toda aquela parte das marinas etc, que fica beirando o mar, onde tem uns shoppings e restaurantes, e parei numa praia que não sei o nome. Como no outro dia tinha combinando com Diego, amigo de Dudu, de passar o dia na praia, só dei uma olhada e parti de volta. Nessa hora percebi que eu tava meio longe de casa, aí aproveitei pra pegar aquele teleférico que cruza a cidade. É massa! Você tem uma visão privilegiada lá de cima e ainda para no Montjuic, que é uma parte bem alta da cidade onde rola altas outras vistas massa. Depois foi só descer a ladeira e chegar na rua de Letícia. Não lembro se subi em casa ou se fui direto prum concerto no L´Auditori, onde ia rolar o Requiem de Mozart com a Orquestra Sinfônica da Catalunya, coro não sei qual etc. Esse L´Auditori é um dos principais teatros de Barcelona e fica bem pertinho daquela igreja da Sagrada Família. Comprei logo o ingresso e fui andando até a igreja pra tirar umas fotos. Bom, esse momento foi basicamente só pra dizer que fui lá porque a igreja continua quase a mesma desde que fui em 97, ainda em construção e cheia de turista. Dei só um rolé e fui voltando em direção ao teatro. Entrando numa rua ali e outra aqui eis que paro num barzinho style. Vi logo que era bom pra comer e pedi uma torrada com anchovas, o que eles chama de tortillas, eu acho. Rapaz, bom demais! Acompanhado de uma Estrella Galícia, vixe! O dono do bar era bem simpático e percebendo que eu era brasileiro bateu até um papo, perguntou se eu era de Pipa, nada a ver danado. Acho que ele foi lá e achou que era uma cidade grande. Aí eu falei: "Não, eu sou da maior cidade do Nordeste!". Apesar que parece que Fortaleza ou Salvador são maiores, mas é lógico que Recife é maior. Bom, dei ainda um pulo num teatro que fica do lado do L´Auditori e vi um prédio muito louco que eu tinha percebido do teleférico, ele parece um monolito. Mas de perto é até meio normal. O concerto, pra variar, foi muito bom. Orquestra entrosada, regente que se garante, coro afinado. Enfim, como a orquestra de Madrid, ela não é a melhor do mundo, mas pra mim já valeu muito ver essas duas orquestras tocando. O que não me acostumo nos concertos e recitais aqui na Europa é o tempo que o público bate palma. Aqui eles realmente respeitam e compreendem o trabalho do músico! Isso quer dizer minutos e mais minutos de aplauso, é uma doidera. Concerto terminado, casa e lona.

Barco.
Lá de cima.
Em construção.
Orquestra.

sábado, 16 de julho de 2011

Paris VI

   Bom, ainda não consegui falar com a menina mas pelo menos encontrei uma tomada aqui pra ligar o computador, já Internet... Aqui tem altos lugares com papo que tem Internet de graça etc mas é complicado. Isso me faz pensar numa dica: não venha pra Europa sem celular, qualquer que seja - talvez melhor até comprar uns chips aqui, que funcionam como cartão. Primeiro, como já disse, é quase impossível falar por orelhão, apesar que aqui na Espanha até desenrolo com um cartão que comprei assim que cheguei em Madrid, mas, por exemplo, eu achei que ia entrar na Internet aqui no aeroporto mas eles pedem que você dê um número de celular pra poder ativar um código não sei qual lá. Enfim, realmente estamos no século XXI, telefones públicos são coisa do passado e cada um tem que ter uma bosta de um celular pra daqui há uns anos ter câncer no ouvido. Eita! Vou falar do último dia em Paris então. Pois bem, esse dia eu e Ota planeamos ir no Pompidou, até porque um dia antes descobrimos que o Louvre é fechado nas terças, mas não é que o Pompidou também?! No final das contas, não me senti tão mal, o Louvre é massa, tô ligado, o Pompideu também. Mas, bom, pelo menos já vi Mona Lisa e o Egito no subterrâneo do Louvre em 1997, tenho um pouquinho de crédito, essa é uma grande vantagem de ter feito viagem quando se é pirralha! Não é todo mundo que teve essa oportunidade, claro, mas eu tive essa sorte. Quer dizer, não sei é sorte, foram meus pais que me levaram. Enfim, tenho só que agradecer a eles o fato de não ter a obrigação de ver várias coisas agora que voltei adulto pra cá. Muitas faço questão de rever, até porque agora sou praticamente outra pessoa, com 10 anos a mais, mas outras nem tanto, por isso o “turismo despreocupado”. Foi justamente isso que eu e Ota fizemos nesse dia.
Metrô.
  Depois de quebrar a cara no Pompidou, e de bater um rango monstro daqueles menus que vêm não sei quantos pratos, deitamos um pouco na grama e partimos pra Ópera, eu tinha que entrar de todo jeito lá! Bom, entrei, tirei as fotos e massa, fomos pra Montparnase, que é um bairro até grande mas sem tantas coisas históricas. Lá ficamos de rolé, entramos em algumas lojas porque Ota tinha que comprar presente pra mãe dele e pronto, ficamos nos cafés: isso sim a melhor coisa de Paris! E não é que finalmente conhecemos parisienses? Eles são realmente fechados, cada um na sua, de uma indiferença que às vezes até incomoda, mas nesse último café tinhas umas meninas que até puxaram conversa com a gente, uma hora que Raymond Domenech passou na calçada, ex-técnico da França. A impressão que fica cada vez mais forte é a coisa do Brasil cada vez mais respeitado mundo afora. Um exemplo foram essas piveta nos abordando e perguntando coisas do Brasil, tiveram outros momentos também. Por exemplo, uma americana que veio bater papo comigo num trem. Ela falou logo: “Ah! Você é brasileiro?! É um país que está crescendo muito, né?”. Bom, isso é uma coisa boa de se ouvir. Antes a gente era só o país do futebol e do Carnaval. Continuamos sendo isso também, claro, mas agora somos atuantes no mundo, basta ver a quantidade de brasileiro turistando por aqui! Eu sou brasileiro e acredito! Agora vou tentar dar um jeito de ir na praia, cansei de aeroporto, depois conto como foi Barcelona e se encontrei a menina com a chave ou não. Pelo Sport Tudo!


Ota e o amigo de infância parisiense dele.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Paris V

  
  Segunda-feira, 27/06. Pense num dia quente! Putz... e tirei ele pra andar. Fui primeiro na Ópera Garnier, um dos lugares mais históricos da história da música. Infelizmente a turma tava ensaiando, daí nem deu pra fazer o tour lá por dentro. Tirei umas fotos de fora e pronto, bati em retirada pros Invalides, que é o museu da guerra e é onda tá a tumba de Napoleão. Vou dizer, é massa o cara ver as armaduras, armas, tudo isso cronologicamente (tem arma até do paleolítico por lá!), mas teve uma hora que começou a bater uma deprê, eu vi as crianças americanas turistas imitando os tiros com as armas etc, uma sensação de que algo não estava certo. Sei lá, talvez não era pra haver museu sobre guerra, ou não. Acabou que vi tudo, até as coisas da segunda guerra etc, mas achei um turismo mórbido danado. Não sei se aconselho todos a ir prum lugar onde a destruição e morte é vista o tempo todo, seja ela por espada ou por bomba. Depois fui ver Napoleão mas tinha tanto turista que não aguentei e só tirei uma foto. Na sequência, uma das melhores coisas da viagem até agora! A exposição que tá rolando até o final de Junho na Cinémathèque Française sobre Stanley Kubrick. Bom demais, velho! Tem altos figurinos, sets, pedaços de roteiros, enfim, altas coisas originais dele, dos filmes e tudo mais. Foi até emocionante! Pode parecer crepe de espinafre mas Stanley Kubrick realmente é um cara além dos outros, e olhe que Cinema nem é tão arte assim! É só uma novela grande. Imaginei se os brothers da Símio e de cinema em Recife fossem nessa exposição iam chorar a cada item... 

Inválido.
  Depois, fui mais uma vez ver o que interessa: Música! A verdadeira Arte! Fui de novo naquela mesma igreja que tinha me perdido na outra vez. Dessa vez, uma chinesa ia tocar as Variações de Goldberg de Bach. Engraçado como não me esforcei muito pra ver dois recitais com peças que eu acho das maiores da humanidade, obras-primas das mais famosas e que simplesmente nunca tinha visto serem executadas ao vivo. O piano não ajudou a menina, mais uma vez um formando do Conservatório, inclusive com prêmios e tudo mais, mas ela se garantiu. A peça é difícil, não é pra qualquer um, e ela tocava com uma naturalidade que parecia que tava brincando de gueixa. Alguns momentos senti falta de uma profundidade maior na interpretação, principalmente nas partes lentas, mas quem sou eu pra dizer pra ela como tocar?! Mas, engraçado, no outro recital senti um pouco a mesma coisa, a turma correndo atrás do virtuosismo ao invés de tentar fazer música pura e simplesmente. Claro que pros instrumentistas é importante demonstrar domínio e que se garante no que faz, mas eu penso que é sempre bom lembrar que antes vem a música, que muitas vezes são bem pouquinhas notas, lentas, mas que querem dizer mais que milhões de notas por segundo. O doido do cello tinha isso também, eu senti. Na hora das partes rápidas ele tentava algo que nem conseguia, como se querendo mostrar que podia, sei lá, enfim. Música pra mim é muito mais do que ser virtuoso num instrumento, apesar que é claro que os virtuosos têm seu grande papel, mas não são o fim, pelo menos na minha opinião. O fim é a Música! Quer dizer, o começo! Tá bom, vou parar com esse papo cabeça. Depois fui dormir e já já falo sobre o último dia de Paris que agora já tô no aeroporto de Barcelona tentando ligar pra menina que tá com a chave da casa de Letícia, que é o lugar onde vou ficar, e ainda não consegui e a bateria do computador tá acabando. PST!

Spartacus.
Goldberg.

 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Paris IV

Foto pra mamãe.
  Enfim chegou o fim de semana, quando Benzina pôde dar uma de guia turístico. Tirando o fato negativo que acordei de 7h no sábado pra fazer uma prova das mais chatas do mundo foi tudo massa. Então, depois da prova liguei pras tchurma e encontrei com eles na Fonte de Saint Michel. De lá fomos pro bairro judeu, que fica lá perto de Notre-Dame e acho que faz parte do bairro de Marais. Lá comi um verdadeiro Falafel, muito diferente do Central, e a fome foi matada pro resto do dia, praticamente - esse negócio de Falafel é bem nutritivo mesmo! Depois de alguns rolés, onde vimos aquela praça dessa foto aí que esqueci o nome e que é massa, fomos pra Bastilha, onde estava ocorrendo a Parada Gay de Paris. Apesar do sol comendo nosso coco, foi massa lá. Um bando de gente de todo tipo, Drag Queen, viado, heterossexual, turista, árabes, crianças... Sim, crianças! Em Paris eu me surpreendi com isso: a turma leva os pirralhas pra todo canto, inclusive as recém-nascidas – aí não sei se é tão massa mais –, enfim, todo mundo cresce junto, no meio de todo mundo, sem preconceitos ou sei lá. Bom, pelo menos foi o que vi, no centro, não sei como é nos outro cantos. Acho positivo isso, um pirralha estar no meio da Parada Gay já deixa ele menos propenso a ter preconceitos, não? Bom, depois de algumas horas de juízo cozinhando no sol, não aguentei e fui pra casa dormir, já que tinha acordado muito cedo. Combinei com Benzina de dormir até certa hora e depois ligar pra ele pra saber qual era, claro que o plano não deu certo! Acordei já era meia-noite e tanta, daí saí só pra dar um rolé de leve no quarteirão com Ota mesmo, será que é a idade?! 

Parada gay.
  No domingo acordamos e fomos eu e Benzina pro Parque Floral, um lugar massa que tem shows toda fim de semana lá na concha acústica. Fica num bairro meio distante do centro e pelo que entendi é até em outra cidade, talvez. Chegando lá, gente que só! Engraçado como aqui na Europa basta sair um solzinho que a turma corre pra rua, fica sem camisa e algumas mulheres com roupas que seriam questionadas no Brasil e pronto, ficam lá torrando. Rapaz, eu não entendi muito bem isso não, mas Benzina diz que é porque boa parte do tempo é frio e a turma aproveita o verão como pode. A gente que é de Recife sabe o que é sol praticamente o ano inteiro, logo a gente não tem essa sede de luz tão grande. Enfim, a gente passou um tempo danado lá na grama, que por sinal se tornou um dos meus programas favoritos em Paris, e depois foi chegando a turma brasileira. Tomamos algumas, vimos um show de jazz até massa: uma banda só de metais mas que uma tal de uma performance o tempo todo atrapalhava o show, pelo menos pra mim. Acho que foi isso. Ah! Lembrei outra coisa agora, às vezes é difícil... Quando morgou lá no parque a gente foi pro outro lado cidade, na parte que tem os prédios altos e de vidro, tipo a parte empresarial de Paris que quando o cara tá no centro o cara vê lá longe. Ia ter um show de George Clinton Funkadelic/Parliament! Pelo menos era assim que tava no cartaz que a gente viu no Parque Floral mesmo, por  coincidência. Bom, segui pra lá com a galera mas desencontrei com Benzina, o que foi um problema porque era ele o link pra eu encontrar Gagau, brother que estudou comigo no Damas e no CIn e que também mora em Paris. Quando cheguei lá no show, mais pra lá do que pra cá e cansado, me perdi de todo mundo e só aguentei ver umas duas ou três músicas, até porque achei o som, tecnicamente falando, muito do capenga. Inclusive, engraçado como em Paris o pessoal parece que não sabe fazer grandes eventos de graça, ou pode ser só os que eu vi, não sei. Não tem banheiro, a fila pra comprar água/cerveja sempre é quilométrica e outras broncas. Pois é, tava assim lá e eu não aguentei muito tempo. Vi só algumas poucas músicas em nome do meu irmão, que é grande fã da banda. Ah! E não encontrei Gagau! Mas isso é só o primeiro capítulo da novela...

Parque Floral e as meninas bem à vontade.
Jazzin.
Os bebês aqui são bem bonitinhos...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Paris III

Turistada.
  Bom, seguindo a vibe turismo, acordei no outro dia e fui no D´Orsay (nesse dia eu, Ota e Patrícia nos separamos). Foi o primeiro dia quente que peguei em Paris, nos outros até de casaco eu tava andando. Já nesse saí de bermuda e tudo mais. O D´Orsay foi bem normal, já tinha ido lá com painho e mainha e não mudou muita coisa não. Ah! Tomei o pior e mais caro cappucino da viagem lá no café do museu. Depois, mais uma vez o velho “turismo despreocupado”! Saí andando pro bairro que eles chamam de Quartier Latin. Lá tem os Jardins de Luxemburgo, que é incrível, e tem a Sorbonne e um casario bem antigo. Tem até uma parte de muralha da época medieval! Esse dia aproveitei pra fazer um programa típico de minha mãe: comprar algum doce numa patisserie e ficar comendo na praça. Putz, peguei uma tortinha de chocolate amargo que até agora lembro o gosto! Enfim, daí fiquei circulando pelo Quartier Latin, que é bem bonitinho mesmo, com altos botecos e ruleas apertadas, e comecei a procurar pela tal da Igreja de Saint Ephrem, que é onde veria um recital de Violoncelo que tinha visto pela Internet que ia rolar. Rapaz, pense num vacilo que eu dei! Esqueci de anotar o endereço e tudo que eu sabia era que o nome da igreja começava com E. Rodei e rodei, tentei perguntar de todo jeito pra galera e nada. Quando faltava meia-hora pro começo do recital eu já tava puto comigo mesmo e quase que desisto de procurar algo que eu nem sabia o nome direito – Ah! Mais uma vez virei refém da falta de telefones públicos que façam sentido e por isso não tinha nem como ligar pra Benzina ou sei lá, tentei até ligar pra casa no Brasil pra Tomaz, meu irmão, ver na Internet e me dizer o nome do lugar, mas foi sem sucesso. Mas aí, do nada, vi uma plaquinha com o nome “Eglise Saint Ephrem” e a ficha caiu! Corri pra lá e consegui chegar a tempo pra ver o recital. O boy lá, de 24 anos apenas, tocou as suítes pra violoncelo solo 4, 5 e 6 de Bach. A 6, inclusive, ele tocou num violoncelo piccolo! O instrumento barroco que tem cinco cordas e pro qual dizem que Bach escreveu essa suíte. Mermão, o bicho botou quente mesmo. Na 4 e 5 teve até alguns momentos vacilantes, na minha visão, mas na 6 o bicho detonou. Não sei se por estar tocando num instrumento de época e isso, de uma certa forma, ser um marketing pra ele, mas sei que ele botou quente demais. Ele imprimiu muito bem o caratér até meio camponês, eu acho, que essa suíte tem, teve horas que lembrei até do Nordeste pela tendência modal e timbre de rabeca que rolou. Resumindo, é incrível ver como um aluno recém graduado no Conservatório de Paris pode tocar em tão alto nível, e é triste de constatar como estamos longe disso no Brasil. Bom, vou parar por aqui porque não gosto de chororô, isso é coisa de barbie! O triste desse dia é que era sexta-feira e eu não pude ir pra night, no outro dia tinha que fazer o TOEFL bem cedinho porque a universidade lá da Inglaterra pediu mais 2 pontinhos numa das seções do teste. Bom, c´est la vie!

Quartier Latin.
Cadeirinha nos Jardins de Luxemburgo.

domingo, 3 de julho de 2011

Paris II


  Na quinta acordamos e fomos fazer o outro passeio tradicional: o da Champs-Elysée. Nele você vê tanto o Arco do Triunfo como a própria avenida e suas infinitas lojas. Começamos o passei pelo Parque das Tuileries, que é na frente do Louvre e se não me engano é o nome de um dos quadros que inspirou aquele movimento lá de Quadros de uma Exposição. Depois, como Ota e Patrícia gostam de um turismo consumista, acabei tendo que entrar em um loja ou outra com eles – o bom foi que comprei uma camisa massa do Lyon por apenas 10 Euros! Essa época é a de liquida Paris, daí fica tudo metade do preço e até menos da metade, por isso a corrida consumista em massa que acontece. Bom, compras aqui e acolá, acabou que Ota encheu o saco e marcamos com Patrícia de nos encontrarmos depois no Arco do Triunfo. Foi aí que voltamos com o “turismo despreocupado”, pegando qualquer rua que cruzasse a Champs-Elysée e que tivesse um café ou bar. Chegando no Arco do Triunfo, depois de alguns chopes, aconteceu algo engraçado: um mala francês querendo enrolar a gente. É engraçado como em Paris tem isso, uma galera querendo pegar os bestas. Como eu e Ota somos brasileiros, percebemos na hora que o doido queria enrolar e dispensamos ele. Ah! Tem também as mudinhas que falam que pedem dinheiro pra você em todo canto. Essa turma tem que ir fazer uma graduação no Brasil pra aprender a ser pedinte! Bom, depois do Arco do Triunfo pegamos um busu e fomos pra Torre Eiffel e tiramos as fotos tradicionais. Nessa época de verão é quase que impossível subir nesses monumentos, a não ser que você tenha paciência de enfrentar filas cheias de americanos e brasileiros.

Turismo despreocupado.
  O fim desse dia foi massa! Assim que chegamos em casa ligamos pra Benzina e ele tava num show de uma banda argentina, lá pras bandas de Saint Denis, na periferia de Paris. Eu e Ota pegamos o Metro e fomos pra lá. Chegando, descobrimos a verdadeira Paris, a dos imigrantes e gente simples aproveitando o fim da tarde vendo um showzinho no bairro (lembrando que o fim da tarde em Paris começa umas 21h no verão). Encontramos vários brasileiros amigos de Benzina e, pra minha surpresa, encontrei Daniel, que estudou no Damas e era um ano na minha frente! Aproveitamos o momento nostálgico e cantamos até o hino do nosso saudoso Colégio, juntamente com algumas latinhas! Fica a dica Benzinética: pra que pagar 2, 3 euros por cada chope se você pode ir num mercado e comprar uma caixa com umas seis brejas por 5, 6 euros?!

Benzina e Daniel e as tchurma de Recife de Paris.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Paris I


  Pois pronto, eis que cheguei em Paris no dia 21/06, o Dia da Música. Assim que me instalei na casa de Benzina (um amigo meu que trabalha em Paris), fui logo pra rua, apesar do cansaço. Além de estar a procura de algum som que tivesse rolando, coloquei em prática o que chamo de “turismo despreocupado”. Ele consiste em simplesmente ir andando pra onde o nariz apontar, sem necessidade de estar o tempo todo vendo algo turístico ou sei lá o quê. Foi assim que fui pro Marais, onde Benzina disse que era provável eu encontrar alguma banda tocando na rua. Mas, cadê o som? Não vi nenhum! Uma cantora francesa (namorada de um baiano que mora com Benzina) me explicou depois que a Fête de la Musique funciona mais como um carnaval, não tem muito de música na vera, quem vai pra rua são amadores, DJs etc, uma vibe festa onde todo mundo fica enchendo a cara e andando pelos cantos. Bom, foi isso que fizemos de noite, musicalmente não ocorreu nada interessante, mas valeu pela festa e por tomar uma com Benzina depois de um bom tempo. Ah! Acontecem concertos e rolam vários palcos com bandas diversas, mas a maioria dessas apresentações mais organizadas você tem que enfrentar filas quilométricas que duram horas, e esse não era bem nosso plano – por isso deixei de ver a Orquestra de Paris tocando no Louvre, o plano inicial pro dia.

Turismo Despreocupado: aponte o nariz...
...e relaxe!
  No dia seguinte, depois de uma boa dormida, claro!, fui com Ota e Patrícia dar um passeio pela cidade. Ota é um paulista amigo de Patrícia, pernambucana radicada em São Paulo, que também estavam hospedados na casa de Benzina. A casa dele funciona quase como um albergue pros amigos e pra gente conhecida também - é massa que sempre tem alguém diferente pra bater um lero, não é massa porque às vezes você tem que esperar muito pra ir no único banheiro da casa. Enfim, pegamos o metrô pra Saint Michel e fomos fazer o básico passeio pelo Sena, Notre-Dame etc. Uma dica pro metrô de Paris é sempre comprar passagens em blocos de 10 ou 20, que rola um desconto, e cuidado pra não comprar os bilhetes de tarifa reduzida! Eu mesmo me lasquei porque achei que era o normal e não achei tão claro o jeito que a máquina explicava os bilhetes. Pois é, na Europa que eu vi até agora as máquinas estão substituindo os homens em muitos afazeres, sendo a venda de bilhetes pra qualquer coisa uma delas, algo que tem tanto seu lado positivo como negativo, bom, não vou entrar em detalhes porque tô com preguiça. Depois de ver igreja, palácios, Louvre por fora e tomar uns chopes e café – porque ninguém é de ferro e estamos de férias! –, fizemos o tradicional passeio de Bateau-mouche, aquele em que você tem a visão da cidade pelo rio. É massa demais! Tudo que eu fiz esse dia eu já tinha feito, de uma certa forma, com painho e mainha em 1997, mas posso dizer que o passeio de barco continua sendo o mais legal. 

Ota e Patch.
No Bateau-Mouche a melhor coisa é dar tchau pra galera, aqui se aprende desde cedo isso.
Seize.