domingo, 24 de junho de 2012

Kiev II


  
  No outro dia Diogo só chegava no começo da noite, então fui bater perna na velha vibe do “Turismo na Doida”. Claro que peguei na Internet alguns pontos básicos pra ir, como o Mercado Bessarabsky, que fica bem pertinho do hostel e é onde começa o que eles chamam de Fan Zone. Basicamente fecharam a rua principal da cidade (Rua Khreschatyk) e botaram uns telões, bares etc, pra turma se reunir e ver os jogos. Lá encontrei infinitos voluntários bem empolgados em ajudar – o pessoal na Ucrânia realmente é bem simpático. Eu e Diogo constatamos que se trata do Brasil do Leste Europeu, com um pessoal totalmente aberto, cachaceiro, mulheres bonitas (lindas) e todo mundo sempre pronto pra fazer novos amigos. No mercado cortei o cabelo sem conseguir trocar uma palavra com a cabelereira (gata, por sinal) e fui andar pela cidade. Passei pela escola de teatro, algumas igrejas (em Kiev tem bem umas 928392! Por sinal, outra semelhança com o Brasil: a turma é bem religiosa), vários prédios antigos e bem bonitos e coisas desse tipo.
  
Rua вулиця
Monumento пам'ятник
  Engraçado como nesse dia a cidade tava entupida de suecos, eles dominaram Kiev durante a semana por causa do jogo. Nada contra os galegos-galalau, mas teve uma hora que pensei: “Pô, vim pra Ucrânia, não pra Suécia!”, daí peguei o mêtro pra uma estação qualquer – na verdade, quando passou em uma estação lá, disseram no alto-falante que era a estação do Memorial da Guerra, daí eu desci. Pense num negócio barato que é transporte em Kiev! O bilhete (na verdade, uma fichinha de plástico) é 2 Grivnas (a moeda deles), o que quer dizer praticamente 20 centavos de Euro, ou seja, tipo uns 50 centavos em Real. Ônibus também, é barato demais. Na real, preferi o mêtro, mais organizado e bizarramente bem fundo – você demora bem uns 3 minutos descendo uma escada rolante! –, já os busus são acho que do tempo antes da USSR, então são meio acabados, calorentos e desconfortáveis. Só há um pequeno problema pra ir pros cantos: conseguir informação. Mesmo com a Eurocopa, não tinha tanta gente que falava inglês, daí pense num perrengue algumas horas e na utilização intensa da linguagem dos sinais. Em Odessa foi pior ainda! Mas isso fica pra depois. Bom, no caminho pro Memorial da Guerra, passando numas passarelas subterrâneas que eles têm pra cruzar avenidas, encontrei altas livrarias massa. Inclusive tinha umas ficções-científicas altamente bizarras e que nunca tinha visto. O problema? Tudo em Russo, claro! Tentei ver com alguns vendedores se eu encontraria traduções dos mesmo livros em outro lugar, mas eles perguntaram: “Por que a gente teria em inglês!”. Na sequência, fui andando e passei numa praça massa que tem um monumento não sei o que lá e que tem uma vista arretada da cidade. Kiev é tipo Salvador, cheio de morros e coisas, daí toda hora você tá subindo e descendo e vendo vistas. No caminho do Memorial tava a Pechersk Lavra, um complexo gigantesco de igrejas, escolas de padres e sei lá o que mais lá. É um dos pontos turísticos principais de Kiev. Como eu sabia que eu ia pra esse mesmo lugar com Diogo, eu só fiz passar, e aí quando cheguei na coisa da guerra pensei: ”Também vou vir aqui com Diogo”, daí eu peguei um busu velho e voltei pro mêtro.  

Metrô fundo que só.
HEIN?!
Busu limpeza.
  No metrô fui pra uma estação mais nada a ver ainda, finalmente uma região sem suecos! Lá consegui ver uma das minhas coisas favoritas em viagens: a vida como ela é. Era um bairro altamente normal e, numa certa medida, parecido com o Brasil. Prédios acabados, ruas com buracos, sujeira e essas coisas que a gente tanto ama. Me senti até um pouco em casa! Parei num mercado massa, tipo a Encruzilhada deles, e fui prum bar dar um time até a hora de Diogo chegar. Tive meu primeiro contato com a culinária local, que é muito boa! Eles são especialistas em sopa, e nesse dia tomei uma Okroshka, que é uma sopa fria, até cubo de gelo tinha dentro! Um pouco bizarra mas gostosa. Depois disso, fui pra outro bar encontrar Diogo, Slava e Sachaman, dois de nossos amigos ucranianos que a partir de então nos proporcionaram uma estadia praticamente perfeita!

Prédio velho.
Parque sujo.
Sopa com gelo.
Mercado da перехрестя.

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